Um homem com cerca de 90 anos morreu, nesta segunda-feira, em casa, no Arnal, no concelho de Pombal, após várias tentativas falhadas dos familiares em contactar os serviços de emergência.
Perante uma indisposição, a família ligou para o 112, por volta das 16:00 horas. A chamada foi atendida, mas colocada em espera para ser reencaminhada para um profissional de saúde. Depois de 15 minutos de espera, não houve qualquer resposta por parte da linha de emergência, revelaram os familiares à SIC Notícias.
Seguiu-se uma chamada para a linha de Saúde 24, que também nunca chegou a ser atendida. A família procurava receber orientações de profissionais de saúde para conseguir prestar auxílio ao idoso.
Num ato de desespero, decidiram ligar diretamente para os bombeiros de Pombal, que confirmam o contacto, por volta das 16:30 horas. Os bombeiros reencaminharam a chamada para o 112, conforme o regulamentado, e pediram à família para se manter em linha. De acordo com a família, não houve, novamente, qualquer resposta por parte da linha de emergência.
Numa última tentativa, a família ligou, uma segunda vez, para os bombeiros de Pombal, explicando que não tinha tido resposta do 112 e os bombeiros acionaram a ambulância por via independente.
Quando os bombeiros chegaram ao local, passado cerca de uma hora da primeira chamada feita ao 112, encontraram o idoso já sem vida. À SIC Notícias, os bombeiros confirmaram que foram realizadas manobras de reanimação. Ainda foi acionada uma equipa da VMER de Leiria, que só terá chegado ao local 45 minutos depois, e que acabou por declarar o óbito.
Fonte dos bombeiros de Pombal confirma que, nesse dia, a corporação recebeu um e-mail da direção do INEM a dizer que, perante casos extremos, podiam avançar diretamente com o envio de uma ambulância.
Este será o nono caso das mortes relacionadas com atrasos no socorro de emergência.
Os Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar iniciaram no dia 30 de outubro uma greve às horas extraordinárias para pedir a revisão da carreira e melhores condições salariais,paralisação que suspenderam na quinta-feira, após o sindicato ter assinado um protocolo negocial com o Ministério da Saúde.
Na segunda-feira, a greve obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112.