As autoridades francesas já detiveram 26 pessoas e apreenderam 11 milhões de euros em ativos na sequência de uma vasta investigação a uma organização criminosa de contrabando de migrantes do subcontinente indiano e a branqueamento de capitais.

Estas redes interligadas de contrabandistas, que cobram pelos seus serviços entre 15.000 e 26.000 euros por pessoa, são suspeitas de terem trazido ilegalmente vários milhares de pessoas da Índia, Sri Lanka e Nepal para França, desde setembro de 2021, adiantou esta quinta-feira a agência France-Presse (AFP), que cita fontes da Polícia nas Fronteiras (PAF) do aeroporto francês de Roissy.

"Os contrabandistas facilitaram a viagem dos migrantes para a União Europeia através do Dubai ou de estados africanos, ao mesmo tempo que lhes forneciam vistos turísticos, de trabalho ou médicos obtidos ilegalmente", explicou Julien Gentile, diretor da PAF Roissy.

Entre março a novembro de 2024, 26 homens foram detidos em França, acusados de pertencerem a diferentes níveis da organização criminosa, desde contrabandistas a branqueadores e corretores financeiros secretos.

Estas redes geraram vários milhares de milhões de euros em lucros ilegais, estimaram as autoridades.

Para reinjetar estas enormes somas de dinheiro no circuito legal, foram estruturadas redes de branqueamento em torno de empresas de construção, do tráfico de ouro e do sistema hawala (transferências informais de dinheiro através de intermediários, particularmente difundidas na sub-região do continente indiano).

O total de bens apreendidos ascende a 11 milhões de euros, em ativos como imobiliário, automóveis de luxo, jóias, ouro ou, máquinas.

Dos 26 homens detidos, 15 foram colocados em prisão preventiva, sete sob supervisão judicial e outros quatro, detidos recentemente, foram apresentados na quinta-feira à noite ao juiz de instrução.

Resta o responsável da rede, localizado no Dubai e cujo pedido de extradição ainda não teve desfecho favorável, segundo a PAF.

A investigação foi executada pela sucursal do Gabinete de Combate ao Contrabando de Migrantes (Oltim) do aeroporto Roissy-Charles de Gaulle.


Com LUSA