"Não há nada que se acrescente. Eu não vejo nada de novo sobre as perguntas de quem são os clientes não regulares, qual o montante das avenças pagas em particular por cada cliente, qual o serviço que foi prestado a cada cliente, quem foram os trabalhadores alocados a cada serviço, qual o vínculo desses trabalhadores. Ninguém que leia estes documentos ficará esclarecido acerca disso", criticou Mariana Mortágua, em conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa.

A dirigente bloquista -- que falava depois de terem sido conhecidas as respostas às perguntas colocadas por BE e Chega a Luís Montenegro - afirmou que o seu partido mantém, neste contexto, a conclusão de que o primeiro-ministro violou o seu dever legal de exclusividade de funções.

"O que estas respostas mostram e confirmam é que a empresa era Luís Montenegro e que Luís Montenegro era a empresa. Os clientes foram angariados por Luís Montenegro, os serviços foram prestados por Luís Montenegro, as avenças foram contratadas por Luís Montenegro. Luís Montenegro recebeu as avenças antes de ser primeiro-ministro e também depois de ser primeiro-ministro e por isso esteve em violação da regra da obrigação legal de exclusividade", argumentou.

Mariana Mortágua responsabilizou ainda o presidente do PSD pelo atual cenário de crise política no país, cerca de um ano depois de o executivo ter tomado posse.

"Acho que é irónico um Governo que apresenta uma moção de confiança atirar para outros a responsabilidade do resultado dessa moção de confiança. Se o Governo não quer eleições, não apresenta uma moção de confiança. Toda a gente compreendeu que o primeiro-ministro quer eleições", defendeu.

Neste contexto, o BE vai manter o seu voto contra a moção de confiança que o executivo PSD/CDS submeteu ao parlamento e cujo debate está agendado para terça-feira, na Assembleia da República.

 

ARL // JPS

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