Numa nota, a Câmara de Sintra informouque, atendendo às condições meteorológicas e ao elevado risco de incêndio florestal, foram encerradas as cancelas no perímetro florestal sul da Serra de Sintra. As cancelas existentes "permanecem assim enquanto se mantiver a situação de risco de incêndio muito elevado", lê-se na nota publicada no 'site' da autarquia do distrito de Lisboa.

As zonas de acesso interditas por cancelas são: O cruzamento da Azóia, caminho da Urca/Pedras Irmãs, e cruzamentos dos Capuchos (acesso ao Monge e ao cruzamento da Portela), e da Portela (acesso ao cruzamento dos Capuchos e à Azóia). A área fechada à circulação está delimitada pela Estrada Nacional (EN) 247-3, estrada florestal do município de Sintra e estrada florestal Sintra-Cascais.

A decisão surge na sequência da previsão do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para esta quinta-feira, "de perigo de incêndio rural em nível muito elevado", justificou a autarquia.

A proibição decorre da aprovação, pelo executivo camarário, de uma proposta do presidente da autarquia, Basílio Horta (PS), em abril de 2020, para a interdição do trânsito nas vias municipais no perímetro da Serra de Sintra em caso de alerta azul, amarelo, laranja ou vermelho, acompanhado por risco de incêndio elevado.

A exceção à proibição aplica-se a veículos de moradores e empresas aí sediadas, transportes públicos de passageiros, e de socorro, emergência ou de entidades do Sistema Municipal de Proteção Civil, ou em caso de assistência a pessoas vulneráveis.

Além destes condicionamentos foram ainda instaladas seis cancelas na zona sul da Serra de Sintra, interditando a passagem de todos os veículos, com exceção de emergência e proteção civil, não existido aqui moradores, quando "o IPMA emita aviso de risco de incêndio elevado ou superior", aviso "laranja ou superior relativo à intensidade do vento" ou quando a Proteção Civil emita "estado de alerta laranja ou superior relativo à intensidade do vento".

"A Serra de Sintra integra uma região de proteção classificada sensível ao risco de incêndio florestal, caracterizada por um elevado número de visitantes", salientou a autarquia, acrescentando que se torna "assim fundamental acautelar a sua proteção, manutenção e conservação considerados objetivos do interesse público, de âmbito mundial, nacional e municipal".

Toda a mancha florestal da Serra de Sintra, sublinha-se num despacho municipal, "cuja valia paisagística inigualável deve ser destacada, a par da respetiva biodiversidade em termos de flora e fauna", se encontra classificada, desde 1995, como Património da Humanidade pela UNESCO (na siga em inglês de Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), no âmbito da Paisagem Cultural de Sintra.

"Prevê-se, para os próximos dias, tempo quente e seco"

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), num aviso hoje divulgado, informou que existe perigo de incêndio rural muito elevado a máximo no interior Norte e Centro, Alto Alentejo e no Algarve.

De acordo com informação do IPMA, "prevê-se, para os próximos dias, tempo quente e seco", destacando-se "subida gradual da temperatura máxima", humidade relativa do ar inferior a 30% durante a tarde na generalidade do território, com fraca recuperação noturna, e vento forte do quadrante leste nas terras altas, em especial no período noturno.

As condições atmosféricas previstas concorrem para o "aumento do risco de incêndio, com condições favoráveis à eventual ocorrência e propagação de incêndios rurais", e aumento da dificuldade do combate às chamas nestas regiões.