O candidato da extrema-direita Calin Georgescu obteve, este domingo, uma surpreendente vitória na primeira volta das eleições presidenciais na Roménia.
O candidato promete respeitar todos, independentemente do sentido de voto. Calin Georgescu diz que está a fazer história pelo país.
O resultado da primeira volta das presidenciais parecia fechado, mas o atual primeiro-ministro e candidato presidencial, Marcel Ciolacu, está em risco de não seguir para a segunda volta, segundo dados preliminares.
De acordo com a agência Reuters, os romenos que votaram fora do país, além de darem a vitória ao independente Calin Georgescu, empurraram Marcel Ciolacu para o terceiro lugar, com a líder do partido de centro-direita da oposição, Elena Lasconi, a ficar em segundo lugar.
A confirmarem-se estes resultados, Calin Georgescu e Elena Lasconi seguem para a segunda volta das eleições, que se realizam a 8 de dezembro, e o primeiro-ministro romeno fica fora da votação.
Numa primeira reação, a imprensa romena fala de "uma tremenda surpresa" e de "resultados inesperados".
Com as suas ideias radicais e declarações pró-russas, Calin Georgescu"conseguiu alcançar um resultado surpreendente na primeira volta, permanecendo praticamente invisível para os principais meios de comunicação social", diz o portal Transtelex.ro, acrescentando que a campanha do candidato foi conduzida nas redes sociais, incluindo o TikTok.
"Quero agradecer a todos os romenos que votaram hoje. Foi um sinal claro de que a Roménia é uma democracia forte e estou contente por a votação ter decorrido sem incidentes graves", disse o social-democrata Marcel Ciolacu, na rede social Facebook, após o encerramento das assembleias de voto.
Em declarações ao jornal online Digi24.ro, após o fecho das urnas, Calin Georgescu afirmou que as eleições foram "um surpreendente despertar de consciências".
Entre a primeira e a segunda volta (a 8 de dezembro) das eleições presidenciais, realizar-se-ão também na Roménia, dentro de uma semana, as eleições legislativas.
Cerca de 9,5 milhões de romenos, ou seja, um pouco mais de 52% dos 18 milhões de romenos com direito de voto, foram este domingo às urnas, numa participação ligeiramente superior à registada há cinco anos.
Trata-se da nona eleição de um chefe de Estado desde a queda da Cortina de Ferro, a chamada "Revolução de dezembro" (1989).
O presidente eleito substituirá o atual chefe de Estado, o liberal Klaus Iohannis, que ocupou o cargo durante 10 anos.
- Com Lusa