Na maior cidade da América Latina, com uma população ligeiramente superior a Portugal, cerca de 30 mil votos separaram Ricardo Nunes, o atual prefeito de São Paulo, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), e Guilherme Boulos, deputado federal do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), no final da primeira volta.

Em terceiro lugar, ficou o influenciador e ex-'coach' Pablo Marçal, que, sem o apoio de Bolsonaro, conseguiu dividir a extrema-direita na capital paulista.

Pablo Marçal conseguiu 28,14% dos votos, ficando muito próximo dos 29,06% de Guilherme Boulos e dos 29,49% do atual prefeito da cidade, quando estavam contados 99,52% dos votos, indicou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que já decretou a realização da segunda volta.

A quarta classificada, Tabata Amaral com quase 10% dos votos, já anunciou que vai apoiar Guilherme Boulos na segunda volta: "Vou votar em Guilherme Boulos. Porque eu não consigo e não conseguiria jamais colocar o meu voto num projeto liderado por Ricardo Nunes", disse.

"Mas saibam, eu e Guilherme Boulos representamos projetos absolutamente diferentes para São Paulo e para o Brasil", sublinhou a jovem deputada federal, de 30 anos.

Pablo Marçal ainda não se pronunciou sobre se apoiará, ou não, Ricardo Nunes na segunda volta.

Por seu lado, Jair Bolsonaro já garantiu que vai "entrar de cabeça" na campanha da segunda volta das eleições para tentar reeleger Ricardo Nunes.

Menos renhida foi a eleição na cidade do Rio de Janeiro, o segundo maior colégio eleitoral, com cinco milhões de eleitores, onde o atual presidente Eduardo Paes foi reeleito com 60,44%, conseguindo superar a marca dos 50% dos votos e resolver a eleição logo à primeira volta.

Eduardo Paes, do Partido Social Democrata (PSD), cumpriu dois mandatos consecutivos como prefeito do Rio de Janeiro (2009-2016) e voltou em 2020 ao cargo para o qual foi novamente reeleito este domingo.

Bolsonaro, que tem no Rio de Janeiro o seu berço e fortaleza na política, apoiou Alexandre Ramagem, que chefiou a Agência Brasileira de Inteligência no seu governo (2019-2022), e ficou em segundo lugar, com 30,95% dos votos, contra 60,44%.

Quase 156 milhões de brasileiros foram chamados no domingo a eleger os presidentes de câmara e vereadores de 5.569 cidades do país.

Dos 5.569 municípios que participam nestas eleições, apenas 103 localidades poderão escolher a prefeita ou o prefeito numa segunda volta, prevista para 27 de outubro.

A lei eleitoral brasileira prevê a realização de uma segunda volta em cidades com mais de 200 mil eleitores e onde o candidato mais votado não consiga superar a metade dos votos válidos, excluindo votos em branco e nulos.

 

MIM // EJ

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