O presidente do PS, Carlos César, criticou esta sexta-feira na Trofa o primeiro-ministro Luís Montenegro por, após os tumultos na sequência da morte de Odair Moniz, nunca se ter encontrado com as comunidades e partilhar os seus problemas.
Na sua intervenção na sessão de abertura da II Convenção Autárquica do PS Trofa, que decorreu na Junta de Freguesia de São Martinho do Bougado, Carlos César foi muito crítico da atuação dos setes meses de governação da AD, apontando o que considerou serem os sinais de incompetência demonstrados.
Pedindo a PS que não tema a descentralização, o dirigente socialista avançou depois para o terreno, afirmando: "muito dos casos de que recentemente temos ouvido falar devem-se, sobretudo, à ignorância, à subvalorização e mesmo ao abandono que a reduzida participação das comunidades e a distância dos decisores tem provocado".
"Como se viu recentemente essa distância até contamina um primeiro-ministro, que tendo existido problemas tão graves como os que existiram em determinadas localidades onde até houve uma vítima mortal, temos um primeiro-ministro que nem sequer se dignou sentar à mesa com essas comunidades, visitá-las e partilhar com elas as dificuldades", acusou Carlos César.
O presidente do PS fez depois uma breve análise dos meses de governação, lembrando que a AD anunciou "um plano e emergência para a saúde que revolucionaria o Serviço Nacional de Saúde em poucas semanas" para concluir que o que se viu "foi o aumento das listas de espera, a crise na obstetrícia e vítimas mortais por falta de assistência como os ocorridos com o INEM, que se devem em muito à negligência do Ministério da Saúde e do primeiro-ministro".
Em seguida, analisou também outros ministérios para enfatizar a "situação muito penosa" de "um governo tão jovem".
"No Ministério da Administração Interna é a desorientação que se conhece, no Ministério da Saúde é difícil ser pior, no Ministério dos Negócios Estrangeiros o que se conhece são desconsiderações às chefias da Forças Armadas, no Ministério das Finanças um dia o país estava à beira do caos logo a seguir já há dinheiro para tudo e mais qualquer coisa", elencou o dirigente socialista.
Neste cenário, concluiu, "o PS tem sido mais responsável na oposição que a AD no governo".