O cessar-fogo em Gaza está a ser tomado pela comunidade internacional como uma certeza, apesar de faltar ainda a confirmação oficial por parte do parlamento de Israel. Até agora, estes são os detalhes conhecidos, revelados à Reuters por um elemento envolvido nas negociações.
Numa primeira fase, que terá a duração de seis semanas, as forças de Israel vão começar a retirar-se das zonas habitadas da Faixa de Gaza e será permitido o regresso dos palestinianos deslocados ao norte de Gaza. Ainda nesta fase, está prevista a entrada de 600 camiões de ajuda humanitária por dia de cessar-fogo, 50 dos quais com combustível, sendo 300 camiões destinados ao norte da Faixa de Gaza.
O Hamas libertará 33 reféns israelitas, incluindo todas as mulheres (soldados e civis), crianças e homens com mais de 50 anos. O Hamas libertará os reféns ao longo de um período de seis semanas, sendo libertados pelo menos três reféns por semana. As mulheres e os menores de 19 anos terão prioridade, seguidos dos homens com mais de 50 anos.
Durante estas semanas, serão libertados 30 presos palestinianos por cada refém civil e 50 por cada soldado israelita que o Hamas libertar. O acordo diz que Israel vai libertar todas as mulheres e crianças palestinianas com menos de 19 anos detidas desde 7 de outubro de 2023 até ao final da primeira fase. O número total de palestinianos libertados dependerá dos reféns libertados e poderá situar-se entre 990 e 1650 detidos palestinianos, incluindo homens, mulheres e crianças. A reconstrução é também uma prioridade, e ela deve começar por se focar em hospitais, centros de saúde e padarias.
As negociações relativas a uma segunda fase do acordo terão início no 16.º dia da primeira fase e deverão incluir a libertação de todos os restantes reféns, incluindo os soldados israelitas do sexo masculino, um cessar-fogo permanente e a retirada total dos soldados israelitas. Mesmo que não haja acordo, o cessar-fogo deve manter-se, segundo confirmaram vários fontes envolvidas nas negociações.
A aplicação do acordo será garantida pelo Catar, Egito e Estados Unidos.