Uma equipa de cientistas de uma universidade escocesa garante que, na mesma era em que a queda de um asteroide levou à extinção dos dinossauros, uma segunda rocha espacial de grandes dimensões atingiu a superfície terrestre.

Há 66 milhões de anos, um asteroide, que deixou uma cratera de 180 quilómetros de diâmetro, caiu no território que hoje pertence ao México.

Este evento catastrófico levou à extinção dos seres vivos que dominavam o Planeta Terra na época: os dinossauros.

Contudo, agora, uma equipa de cientistas da Universidade Heriot-Watt, na Escócia, chegou à conclusão de que a cratera de Nadir, de nove quilómetros de diâmetro, localizada no Planalto da Guiné, na África Ocidental, foi criada pela queda de um asteroide.

O Dr. Uisdean Nicholson, da universidade britânica, que foi o responsável pela descoberta da cratera há dois anos, explica à BBC que a queda da rocha que causou a depressão geográfica terá sido "um evento catastrófico", que provocou um tsunami de, pelo menos, 800 metros de altura, no Oceano Atlântico.

Os investigadores não conseguem precisar há quantos anos aconteceu, nem se foi antes ou depois da queda do asteroide que provocou a cratera de 180 quilómetros, no México.

Dizem, porém, que o acontecimento terá ocorrido também no final do período cretáceo.

"Imaginemos que o asteroide atingia Glasgow e que estamos em Edimburgo, a cerca de 50 km de distância. A bola de fogo teria cerca de 24 vezes o tamanho do Sol no céu, o suficiente para incendiar árvores e plantas em Edimburgo", explica o Dr. Nicholson à BBC.

A queda da rocha de grandes dimensões terá dado origem a uma grande explosão e a sismos de magnitude 7 na Escala de Richter.

É bastante invulgar que dois asteroides de tais dimensões caiam em solo terrestre num curto intervalo de tempo, não havendo, para já, reposta para explicar o fenómeno.

"Esta é a primeira vez que conseguimos ver o interior de uma cratera de impacto como esta. É realmente emocionante", afirma o Dr. Nicholson, que acrescenta que existem apenas 20 crateras marinhas no mundo, que ainda não foram estudadas ao pormenor como esta.