As autoridades sul-coreanas anunciaram hoje o plano, num esforço para evitar protestos em massa e possíveis ataques a instalações importantes, incluindo o tribunal, no meio do atual clima de tensão política no país.

O plano inclui a mobilização de 14 mil polícias de choque em Seul, representando 60% das forças de controlo de distúrbios disponíveis no país, de acordo com a agência de notícias pública Yonhap.

A data exata da audiência ainda não foi divulgada, mas a expectativa é que aconteça antes do final de março.

O Tribunal Constitucional concluiu no final de fevereiro a análise do processo de destituição de Yoon, devido à imposição da declaração de lei marcial em 03 de dezembro.

Unidades de segurança pessoal, detetives e forças especiais serão mobilizadas em redor do tribunal, e equipamento antidrone também será mobilizado para impedir voos ilegais sobre a área, que foi declarada zona de exclusão aérea já na semana passada.

As autoridades alertaram que qualquer tentativa de invasão do tribunal resultará em detenções imediatas.

Há receios sobre uma possível repetição dos incidentes de 19 de janeiro, quando os apoiantes de Yoon invadiram o Tribunal Distrital Ocidental de Seul para protestar contra a decisão de prolongar a detenção do Presidente.

Durante os confrontos, foram relatados ataques contra agentes da polícia e jornalistas, bem como danos em instalações.

No sábado, milhares de sul-coreanos encheram as ruas do centro de Seul em grandes manifestações a favor e contra Yoon, sem que se tenham registado incidentes.

Os poderes de Yoon foram suspensos depois de a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, o ter destituído em 14 de dezembro, 11 dias depois de ter imposto a lei marcial.

Yoon argumentou que o decreto de lei marcial era necessário para vencer a oposição liberal "anti-Estado", que, segundo disse, utilizou indevidamente a maioria legislativa para bloquear a sua agenda.

Apesar dos bloqueios de centenas de militares fortemente armados, os deputados reuniram um quórum e votaram unanimemente para levantar a lei marcial, horas depois de Yoon a ter declarado. A Constituição limita o exercício de tais poderes a tempos de guerra ou emergências nacionais comparáveis.

A saga legal de Yoon, que inclui também uma acusação criminal separada por rebelião, agitou os assuntos de Estado, a diplomacia e a economia e tornou-se um teste de resistência para a democracia do país.

Se o Tribunal Constitucional destituir Yoon, isso desencadeará uma eleição presidencial antecipada no prazo máximo de dois meses.

 

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