Bryan Lanza, que desempenhou um papel importante nas campanhas de Donald Trump de 2016 e 2024, disse à BBC que a nova administração iria pressionar o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky a adotar uma “visão realista da paz”, em vez de continuar a tentar recuperar o território perdido, incluindo a Crimeia.
Lanza defendeu que o objetivo da Ucrânia de recuperar a Crimeia, que a Rússia anexou em 2014, era “irrealista” e argumentou que, se Zelensky insistir na devolução da Crimeia como condição para a paz, isso seria um sinal de falta de seriedade em relação ao fim da guerra.
“A Crimeia foi-se”, declarou Lanza. “Se a vossa prioridade é recuperar a Crimeia e ter soldados americanos a lutar para a recuperar, estão por vossa conta".
Trump, que tem constantemente considerado a guerra na Ucrânia como um sorvedouro de recursos dos EUA, deixou claro que a sua prioridade é acabar com o conflito e pôr termo ao que descreve como um esforço insustentável de ajuda militar. Nos seus discursos de campanha, Trump afirmou repetidamente que poderia resolver a guerra num só dia, embora ainda não tenha apresentado planos pormenorizados sobre a forma como o faria.
O conselheiro de Zelensky, Dmytro Lytvyn, rejeitou a afirmação de Lanza, apontando o dedo ao Presidente russo Vladimir Putin como o verdadeiro obstáculo à paz.
“Putin quer mais guerra”, disse Lytvyn. “A Ucrânia tem estado a oferecer a paz desde 2022 e é a Rússia que tem de ouvir que a paz é necessária”.
Ucrânia ataca instalações militares russas
Drones ucranianos atingiram uma fábrica de munições no centro da Rússia num ataque noturno, disse à Reuters uma fonte do Serviço de Segurança da Ucrânia.
O ataque à fábrica de produtos químicos Aleksinsky, que produz pólvora, munições e armas na região de Tula, cerca de 200 quilómetros a sul de Moscovo, faz parte de uma estratégia para atingir fábricas que apoiam a guerra de Moscovo contra a Ucrânia, disse a fonte, que não deu qualquer estimativa dos danos causados à fábrica.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que as suas forças abateram 50 drones ucranianos em sete regiões russas durante a noite, informou a agência noticiosa estatal russa Tass.
Putin promulga tratado de defesa mútua com a Coreia do Norte
O Presidente russo, Vladimir Putin, promulgou um tratado de parceria estratégica com a Coreia do Norte que inclui uma cláusula de defesa mútua, de acordo com um decreto publicado no sábado, informou a agência Reuters.
O acordo, assinado por Putin e pelo líder norte-coreano, Kim Jong Un, em junho, após uma cimeira em Pyongyang, prevê que cada uma das partes se socorra da outra em caso de ataque armado.
O alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Segurança, Josep Borrell, alertou, em Kiev, que a incorporação de soldados norte-coreanos nas tropas russas representa uma "globalização da guerra". Borrell chegou este sábado a Kiev, na sua quinta visita à Ucrânia desde o início da invasão militar russa.
Borrell destacou a necessidade de aumentar a pressão diplomática sobre a Coreia do Norte para evitar que Pyongyang envie mais soldados, realçando que a sua recente viagem à Coreia do Sul para coordenar as reações com Seul é um passo nessa direção.
"A segurança da Coreia do Sul depende da Ucrânia e também está a ser defendida aqui", referiu, sobre as ramificações que a entrada de Pyongyang na guerra pode ter na região Ásia-Pacífico.
O chefe da diplomacia europeia insistiu que os parceiros ocidentais da Ucrânia devem permitir que a Ucrânia utilize as suas armas para atacar alvos militares localizados na Federação Russa, uma exigência de Kiev que ainda não recebeu luz verde.