O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou esta terça-feira que pretende nomear o ex-diretor nacional de inteligência, John Ratcliffe, para liderar a Agência Central de Inteligência (CIA, em inglês). Ex-congressista republicano do Texas, Ratcliffe serviu como diretor de inteligência nacional durante o último ano e meio do primeiro mandato de Trump, liderando as agências de espionagem do governo dos EUA durante a pandemia de covid-19.

"Espero que o John seja a primeira pessoa a servir em ambos os mais altos cargos de inteligência da nossa nação", frisou Trump, em comunicado. "Será um lutador destemido pelos direitos constitucionais de todos os americanos, ao mesmo tempo que garante os mais altos níveis de segurança nacional e a PAZ ATRAVÉS DA FORÇA", acrescentou.

Enquanto diretor dos serviços de informação, Ratcliffe foi criticado pelos democratas por desclassificar, nos últimos dias das eleições presidenciais de 2020, informações russas com dados prejudiciais sobre os democratas durante a corrida de 2016, embora reconhecesse que poderiam não ser verdadeiras.

A visibilidade de Ratcliffe aumentou quando emergiu em 2019 como um fervoroso defensor de Trump durante o primeiro processo de 'impeachment' (processo de destituição) da Câmara dos Representantes contra o governante. Foi membro da equipa consultiva de 'impeachment' de Trump e questionou vigorosamente as testemunhas durante as audiências.

Questionou também vigorosamente o ex-conselheiro especial Robert Mueller quando este testemunhou perante o comité judiciário da Câmara sobre a sua investigação sobre a interferência russa nas eleições de 2016.

Donald Trump já tinha anunciado hoje a intenção de designar o ex-governador do Arkansas Mike Huckabee como embaixador norte-americano em Israel. "Ele adora Israel e o povo de Israel e, da mesma forma, o povo de Israel adora-o", justificou o político republicano numa declaração.

Huckabee é um defensor acérrimo de Israel e o anúncio da sua nomeação ocorre numa altura em que Trump prometeu alinhar mais estreitamente a política externa de Washington com os interesses do Governo israelita, envolvido em guerras contra o Hamas na Palestina e o Hezbollah no Líbano, dois grupos islamitas apoiados pelo Irão.

Segundo a cadeia televisiva CNN, o político e ex-pastor batista tem apoiado os colonatos israelitas na Cisjordânia, tendo inclusive lançado a primeira pedra para um novo bairro num dos maiores assentamentos no território palestiniano ocupado em 2017. Trump nomeou também Bill McGinley, o seu secretário de gabinete na sua primeira administração, como seu conselheiro na Casa Branca.

O magnata republicano está a lançar um fluxo constante de nomeados para a sua próxima administração, trabalhando até agora a um ritmo mais rápido e sem tanto drama como a sua primeira transição, após a sua vitória em 2016.

Enquanto se aguarda o nome que Trump vai escolher para liderar a diplomacia de Washington, o futuro Presidente norte-americano tem declarado o reforço do seu compromisso com Israel, mas também o desejo de terminar os conflitos na região.