A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, avançou esta quinta-feira que a equipa especial de investigação sobre a origem dos incêndios em Portugal – que envolve o Ministério Público, Polícia Judiciária e forças de segurança – vai reunir-se, pela primeira vez, na segunda-feira às 15h30. A reunião será presidida pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro que reconhece “a convicção que muitos destes incêndios tenham origem criminosa” e que a tinha anunciado após o Conselho de Ministros extraordinário desta terça-feira.

Foi a nota mais relevante da comunicação da governante, numa conferência de imprensa na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, em que justificou o seu silêncio nos últimos dias com o conselho das autoridades para que não existissem “intervenções desnecessárias” ou “presenças desadequadas", tanto no teatro de operações como na comunicação.

A ministra relembrou que existem tempos próprios “para prevenir”, "para agir”, “para acompanhar funerais” e para “falar ao país”. Justificou ainda que foram dadas todas as informações, alertas e recomendações pelas estruturas operacionais “em tempo oportuno”.

Questionada sobre se reconhecia falhas no combate aos incêndios que têm afetado a região Norte e Centro, Margarida Blasco recordou que, embora o combate ainda esteja a ocorrer, será feito um relatório sobre a situação, mas que “isso tem também o seu tempo”.

“Nestes dias mais críticos tivemos o maior dispositivo de combate de incêndios alguma vez mobilizado no nosso país”, afirmou Margarida Blasco, que informou ainda que, entre 14 e 18 de setembro, arderam mais de 94 mil hectares e foram registadas 1044 ignições, a maioria das quais à noite.

Relativamente às críticas feitas pela presidente da Câmara de Arouca, a socialista Margarida Belém, que disse que ao tentar contactar a ministra esta tinha o telemóvel desligado, Margarida Blasco esclareceu que confirmou o seu registo de chamadas e não possuía esse telefonema. “O número de telefone que lhe foi dado não era o meu”, disse.

A ministra expressou ainda o seu “profundo e sentido pesar às famílias das vítimas mortais” e agradeceu aos operacionais que continuam a combater os incêndios, assim como os parceiros europeus, Marrocos e os autarcas das regiões afetadas.