O mesmo consumo de água, faturas com valores diferentes. É isto que acontece nos 308 municípios de Portugal.

Um estudo divulgado esta terça-feira pela Deco Proteste mostra que a disparidade de valores pode chegar aos 650 euros para um consumo anual a rondar os 180 m3. Por exemplo, enquanto que em Vila Nova de Foz Côa são cobrados, em média, 125 euros, em Amarante o valor dispara para 776 euros.

Já para um consumo anual de 120 m3, a diferença na fatura global entre concelhos pode chegar aos 400 euros.

A análise teve em conta os valores cobrados em junho e que abrangem taxas de água, saneamento e resíduos.

Amarante, Oliveira de Azeméis, Ovar, Albergaria-a-Velha e Baião são os cinco concelhos onde a fatura global (120 m3/ano) é mais elevada. Já Vila Nova de Foz Côa, Castro Daire, Terras do Bouro, Vila Flor e Vila Nova de Paiva registam os valores mais reduzidos.

Em comunicado, a Deco diz que não há uma explicação válida para esta disparidade, mas "aplaude o reforço dos poderes da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), que passará a regulamentar, avaliar e auditar a fixação e aplicação de tarifas, com efeitos a partir de 2026".

O estudo revela ainda que, dos 20 municípios com as faturas mais elevadas, "apenas cinco aplicam tarifas para famílias numerosas nos três serviços (água, saneamento e resíduos), agravando ainda mais as desigualdades".