
O estudo, realizado no âmbito do projeto ‘PCaGoal’, avaliou o impacto de um programa de futebol recreativo, supervisionado em 12 homens com cancro da próstata, que se encontravam a realizar terapêutica de privação androgénica (TPA).
Os participantes foram convidados a participar em 2-3 sessões semanais, de uma hora, durante 8 meses. As terapêuticas de privação androgénica apresentam um papel fulcral na abordagem do cancro da próstata metastizado hormonossensível (CPmHS). No entanto, estão associadas a efeitos secundários, como a perda de força muscular, alterações cognitivas e depressão.
“Este estudo demonstra a importância do exercício físico para antagonizar estes efeitos”, avança a Associação Portuguesa de Urologia (APU).
Os resultados indicam “melhorias substanciais” em vários aspetos da saúde destes doentes, incluindo aumento significativo da capacidade aeróbica, redução da pressão arterial, melhoria da função cognitiva e tendência para melhor estado de saúde geral.
Além destes resultados, o estudo também revelou melhorias na agilidade e no equilíbrio dos participantes, demonstrando o impacto positivo do futebol recreativo na função física global. Este estudo foi realizado de setembro de 2022 a agosto de 2023 e foi aprovado pela Comissão de Ética do Departamento de Educação, Formação e Investigação da ULS de Santo António, no Porto.
Miguel Ramos, médico urologista e presidente da APU, sublinha: “Este estudo demonstra, de forma inequívoca, que o exercício físico supervisionado, como o futebol recreativo, pode ser uma ferramenta valiosa para doentes com cancro da próstata. Os resultados são encorajadores e reforçam a importância de integrar a atividade física nos planos de tratamento, para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar geral dos doentes. É também de notar a grande adesão ao programa de treino, visto que uma vez que começam, poucos falham as sessões.”
Sofia Mesquita, médica interna de Urologia e uma das impulsionadoras do PCaGoal, acrescenta: “O projeto ‘PCaGoal’ é um exemplo de como a inovação e a colaboração podem transformar a vida destes indivíduos que vivem com cancro da próstata. Esperamos que este estudo inspire outros profissionais de saúde a adotarem abordagens semelhantes e a promoverem a atividade física, como parte integrante do tratamento.”
A APU, com o apoio da Bayer e a colaboração do Futebol Clube do Porto, vai continuar a apostar no projeto ‘PCaGoal’ como uma estratégia para promover a saúde e o bem-estar de homens com cancro da próstata.
SO/COMUNICADO
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