O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, lamentou esta quinta-feira a morte do Papa Francisco, quatro dias depois de o pontífice ter morrido, aos 88 anos, na sua residência na Casa Santa Marta, no Vaticano.

"O Estado de Israel expressa as suas mais profundas condolências à Igreja Católica e à comunidade católica global pela morte do Papa Francisco. Que descanse em paz", pode ler-se, numa breve mensagem nas redes sociais publicada pelo gabinete do primeiro-ministro.

O Presidente israelita Isaac Herzog manifestou-se logo na segunda-feira sobre a morte do Papa Francisco, mas o Governo israelita manteve-se em silêncio até esta quinta-feira.

"Homem de fé profunda e compaixão inesgotável, dedicou a sua vida a apoiar os pobres e a clamar pela paz num mundo conturbado. Considerou, com razão, essencial cultivar laços fortes com o mundo judaico e promover o diálogo inter-religioso como caminho para uma maior compreensão e respeito mútuo", salientou na altura Herzog.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel apagou na terça-feira uma publicação nas redes sociais a lamentar a morte do Papa Francisco, sem apresentar qualquer explicação, noticiou o The Times of Israel.

Este silêncio do Governo embaraçou os diplomatas israelitas colocados em países de grande maioria católica, segundo o sítio de notícias Ynet.

Relações entre a Santa Sé e Israel deterioraram-se após ataque do Hamas

As relações entre a Santa Sé e Israel deterioraram-se após o ataque sem precedentes do Hamas ao território israelita a 7 de outubro de 2023 e a retaliação israelita na Faixa de Gaza.

Até à véspera da sua morte, o Papa Francisco assumiu repetidamente uma posição crítica em relação à guerra em Gaza, o que irritou as autoridades israelitas.

Na sua mensagem pascal de domingo, véspera da sua morte, Francisco voltou a sublinhar a "dramática situação humanitária" no território.

O antigo embaixador israelita em Itália, Dror Eydar, publicou na rede social X: "Israel não deve enviar um representante" ao funeral do Papa Francisco, mas Telavive já indicou que estará presente sábado pelo embaixador no Vaticano.

Num artigo publicado no diário israelita Israel Hayom, Dror Eydar afirmou que o Papa "foi largamente responsável pelo aumento do antissemitismo em todo o mundo desde 7 de outubro" de 2023.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita confirmou à AFP que Israel será representado no funeral pelo seu embaixador no Vaticano, Yaron Zeidman.


Com LUSA