O sentido de humor dos portugueses é o mesmo agora do que era há 50 anos? Herman José diz que nem pensar. “Só podes rir daquilo que sabes e há 50 anos o povo não sabia nada. A própria televisão, que acabou por ser uma espécie de universidade, nesse tempo não tinha expressão”. Neste episódio do Alta Definição, o humorista relembra os seus tempos áureos, quando tinha “pêlo na venta” e achava que ia mudar o mundo: “Quando se é novo, a autocensura é uma ofensa. Depois, com o tempo, percebes que a vida é um comboio rápido e que, se te metes à frente dele, és trucidado. Aí, começas a fazer realpolitik, que é, sem perdermos o orgulho, irmos albardando o celim à vontade do freguês. Isso, hoje em dia, é uma coisa que faço muito bem". Uma forma de estar numa sociedade que tem agora diversos Diáconos Remédios. “Antigamente tínhamos o diácono da direita e o da esquerda, estavam bem definidos e havia uma zona central de grande normalidade. Hoje, vivemos na era surrealista das várias culturas woke. Um disparate absoluto", defende Herman José. “Percebo que as pessoas precisem de se sentir importantes. Somos tantos que há essa necessidade de marcar pela diferença”.

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Numa grande entrevista com Daniel Oliveira, onde celebra tantos anos de carreira como os que o país tem de democracia, o humorista que revolucionou a comédia em Portugal reflete ainda sobre a importância da felicidade, a busca por um lado positivo nas crises, a percepção da morte e o impacto da fama. Oiça esta viagem pela sua vida, que é também uma viagem pelo imaginário de um país inteiro.

Entrevistas intimistas conduzidas por Daniel Oliveira. Todas as semanas um novo convidado no ‘Alta Definição’, um programa da SIC. Ouça mais episódios.