Os representantes ucranianos que se reuniram hoje, em Londres, com o enviado presidencial dos EUA para a Ucrânia e a Rússia, reiteraram a sua disponibilidade para chegar a um acordo de cessar-fogo incondicional para travar os ataques russos.

A delegação ucraniana, composta pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Andri Sibiga, e da Defesa, Rustem Umerov, e o chefe do Gabinete Presidencial Ucraniano, Andri Yermak, sublinharam que este cessar-fogo deve ser um passo preliminar para negociações para uma paz "justa e duradoura".

O lado ucraniano aproveitou a oportunidade para expressar a Keith Kellogg a sua "esperança de que (a sua posição) esteja alinhada com a visão do presidente dos EUA, Donald Trump".

O chefe de Estado norte-americano acusou hoje o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, de obstruir um acordo ao defender a soberania ucraniana sobre a Crimeia.

Yermak enfatizou que "em quaisquer circunstâncias, a Ucrânia defenderá as suas posições de princípio durante as negociações, uma vez que constituem a base da sua soberania e integridade territorial", segundo uma breve declaração da Presidência ucraniana citada pela agência Europa Press.

Esta reunião entre representantes ucranianos e norte-americanos estava agendada desde a semana passada, embora se esperasse que o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, participasse, mas recusou o convite na tarde de terça-feira.

Esta medida levou os ministros dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Alemanha e França, que também estavam programados para comparecer, a adiar a reunião e a rebaixá-la para uma reunião de enviados de nível inferior, como acabou por acontecer.

Assim, os enviados de Zelensky reuniram-se com representantes do Reino Unido, Alemanha e França --- os principais membros da chamada "Coligação dos Interessados" --- para "discutir medidas no sentido de uma paz justa e duradoura".

A reunião foi realizada na residência oficial do secretário dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, que não esteve presente.

Entre os presentes estavam o conselheiro de Segurança Nacional britânico Jonathan Powell, o conselheiro diplomático presidencial francês Emmanuel Bonne e o conselheiro alemão para a política externa e de segurança, Jens Plotner.

"A reunião em Londres ocorreu após uma reunião anterior realizada em Paris", acrescentou a presidência ucraniana, recordando a reunião da semana passada na capital francesa, após a qual Rubio ameaçou interromper os esforços de negociação se não houvesse sinal de conciliação da Rússia e da Ucrânia.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.