Luís Montenegro dirige esta quarta-feira a sua primeira mensagem de Natal aos portugueses enquanto primeiro-ministro, quase nove meses depois de tomar posse como chefe do XXIV Governo Constitucional, a 2 de abril.

Na sua mensagem de Natal do ano passado, ainda como líder da oposição, o presidente do PSD defendeu que a crise política gerada pela demissão do então primeiro-ministro socialista António Costa podia ser encarada como “uma oportunidade” para os portugueses mudarem de Governo e de vida, prometendo “uma ambição nova”.

“Neste Natal, temos uma situação de incerteza e indefinição em Portugal. O primeiro-ministro demitiu-se e o Governo foi demitido. Temos, portanto, uma crise política em cima dos grandes problemas e constrangimentos económicos e sociais que já vivemos”, referia Montenegro, numa mensagem divulgada nas redes sociais do PSD e transmitida num tempo de antena a 22 de dezembro de 2023.

Na altura, o presidente do PSD considerava que a crise política era também uma oportunidade: “Uma oportunidade de mudarmos de Governo, uma oportunidade de mudarmos de vida, uma oportunidade de resolvermos os problemas que efetivamente sentimos em cada dia”, afirmou.

Por outro lado, na sua nona e última mensagem de Natal enquanto primeiro-ministro, António Costa - agora presidente do Conselho Europeu - afirmou em 2023 que deixava um país melhor ao fim de oito anos de liderança de governos socialistas, considerando que Portugal estava preparado para enfrentar os desafios com uma população mais qualificada e com menos dívida.

“Nestes oito anos em que tive a oportunidade de conhecer ainda melhor os portugueses e Portugal, só reforcei a minha confiança na nossa pátria. É com esta confiança reforçada em cada um de vós, na nossa capacidade coletiva, em Portugal, que me despeço desejando um feliz Natal, um excelente ano de 2024 e a certeza de que os portugueses continuarão a fazer de cada ano novo um ano ainda melhor”, declarou então.

Costa tinha-se demitido a 07 de novembro de 2023 da chefia do Governo de maioria absoluta do PS por causa de uma investigação judicial – que ainda não teve desenvolvimentos considerados relevantes - e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, marcou eleições legislativas antecipadas para 10 de março.

O PSD venceu as eleições, já que as duas coligações que liderou – a AD, que concorreu no continente e Açores, e “Madeira Primeiro”, coligação formada nesta região sem o PPM – somaram 1.866.991 votos, 28,83% do total, elegendo 80 deputados, 78 do PSD e dois do CDS-PP, num total de 230.

O PS, partido que desde dezembro do ano passado passou a ter Pedro Nuno Santos no cargo de secretário-geral, foi a segunda força mais votada, com 1.812.443 votos, 27,98% do total, e elegeu 78 deputados. Nas legislativas antecipadas de 2022, tinha alcançado 120 mandatos com 41,37% dos votos.

O Chega, da extrema-direita parlamentar, ficou em terceiro lugar e foi a força política que mais cresceu, subindo de 12 mandatos obtidos em 2022 para uma bancada agora com 50 eleitos (18%).

Na sequência das eleições, Luís Montenegro foi convidado pelo Presidente da República a formar Governo. Constituiu um executivo minoritário PSD/CDS-PP, sem acordos com outras forças políticas, apesar de haver uma maioria de direita no parlamento somando os deputados do PSD, do Chega, da Iniciativa Liberal e do CDS.

No final de novembro, o Governo PSD/CDS-PP viu o seu primeiro Orçamento do Estado viabilizado graças à abstenção do PS, com todos os restantes partidos da oposição a votarem contra.