Marcelo foi ao bairro do Zambujal e esteve com a família de Odair Moniz

O Presidente deslocou-se informalmente ao bairro do Zambujal, na Amadora, onde, acompanhado pelo presidente da autarquia, também visitou a esquadra da PSP. Marcelo foi ainda à Cova da Moura

António Pedro Santos/Lusa

Marcelo Rebelo de Sousa visitou esta sexta-feira o bairro do Zambujal, na Amadora, onde Odair Moniz foi morto na sequência de um disparo de um agente da PSP. O Presidente da República esteve acompanhado pelo autarca Vítor Ferreira, tendo visitado a esquadra local e conversado “com diversos moradores daquele bairro, incluindo familiares de Odair Moniz”.

Numa curta nota publicada no site da Presidência da República, é dado conta que esta “visita informal” é o início de outras deslocações de Marcelo na Grande Lisboa. Além da PSP e dos moradores, o Presidente visitou ainda o quartel dos Bombeiros. Depois, seguiu ainda para a zona da Damaia, onde jantou, e para a Cova da Moura, “onde contactou com vários moradores”.

Os tumultos em vários bairros da Área Metropolitana de Lisboa surgiram na sequência da morte de Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no bairro do Zambujal, na Amadora. Foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho.

Desde então, registaram-se tumultos no Zambujal e noutros bairros da Grande Lisboa, onde foram queimados e vandalizados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, somando-se cerca de duas dezenas de detidos e outros tantos suspeitos identificados. Sete pessoas ficaram feridas, uma das quais com gravidade.

Há uma semana, Marcelo considerava legítimo o confronto político sobre questões de segurança e afirmava ser prematuro visitar os bairros afetados por distúrbios.

"Eu não quero entrar nessa luta política, que é legítima, os protagonistas políticos têm direito a dizer isto é negativo, isto é positivo, eu penso isto, eu penso aquilo. Eu manifesto-me num sentido, manifesto-me noutro sentido. É a democracia", disse então, adiando a visita e defendendo que a "primazia era dada ao Governo". "Vale a pena esperar uns dois ou três dias pela semana que vem", considerou. Até ao momento, que seja de conhecimento público, nenhum membro do Executivo visitou os locais.

_{Atualização às 21h28: foi acrescentada as referências às visitas à Damaia e Cova da Moura.}