O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, demitiu o ministro da Defesa, Yoav Gallant, com quem as relações se tornaram tensas durante a guerra em Gaza, e nomeou para o substituir o atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz.
“Em plena guerra, a confiança é mais que nunca necessária entre o primeiro-ministro e o seu ministro da Defesa”, mas “nos últimos meses, essa confiança foi corroída”, afirmou Netanyahu numa carta dirigida a Gallant, acrescentando que decidiu “nomear o ministro Israel Katz para o substituir”.
“Surgiram divergências significativas entre mim e o senhor Gallant na condução da campanha [militar], acompanhadas de declarações e ações que contradiziam as decisões do Governo e do gabinete”, apontou.
Já o ministro demitido reagiu, na rede social X (antigo Twitter), assegurando que “a segurança de Israel tem sido e continuará a ser a missão” da sua vida. Gideon Saar será o novo responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros.
Mais de 100 doentes em estado crítico em Gaza serão transferidos na quarta-feira para serem tratados fora do território, na maior operação deste género desde o início do conflito, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS). “Muitos sofrem de traumatismos graves e muitos outros de doenças crónicas”, detalhou Rik Peeperkorn, diretor do escritório da OMS nos territórios palestinianos ocupados.
O responsável indicou que os doentes serão retirados na manhã de quarta-feira numa grande coluna de transporte através da passagem de Kerem Shalom, que liga a Faixa de Gaza ao sul de Israel, e depois transportados de avião para os Emirados Árabes Unidos e Roménia.
Outras notícias do dia:
⇒ Mais de 30 pessoas morreram em ataques israelitas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada entre a noite de segunda-feira e a manhã desta terça-feira. O atentado mais mortífero – pelo menos 20 vítimas mortais – foi contra uma residência na cidade de Beit Lahia, no norte do enclave, onde o exército mantém um cerco severo há um mês.
⇒ O Irão nega estar a procurar uma escalada no conflito no Médio Oriente, mas reclama o “direito à autodefesa”, declarou o chefe da diplomacia. “Ao contrário de Israel, a República Islâmica do Irão não procura uma escalada, mas reservamo-nos o direito inalienável à autodefesa”, disse Abbas Araghchi numa conferência de imprensa ao lado do homólogo paquistanês, Ishaq Dar, em Islamabad. “Responderemos, com certeza, à agressão israelita, de forma oportuna e apropriada, de maneira muito ponderada e bem calculada”, acrescentou.
⇒ O Egito criticou a decisão de Israel de proibir as atividades da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), considerando-a “desrespeito inaceitável” pela ONU e pela comunidade internacional. “O Egito condena veementemente a retirada de Israel do acordo que rege as operações da UNRWA e a suspensão das operações”, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio, depois de Israel ter informado oficialmente as Nações Unidas da decisão de cortar os laços com a agência.
⇒ O exército israelita destruiu nos últimos dias duas bases subterrâneas do grupo xiita libanês Hezbollah no sul do Líbano, perto da fronteira, segundo um comunicado dos militares. Durante as operações, as tropas localizaram uma “infraestrutura subterrânea” sob uma zona montanhosa, com cerca de 70 metros de comprimento e equipada com provisões de longa duração. Os soldados encontraram uma outra estrutura subterrânea com armas, confiscadas pelo exército, e anexos que foram posteriormente destruídos.
⇒ O Governo irlandês aprovou a nomeação de um embaixador da Palestina pela primeira vez na história, cargo que será ocupado pela atual chefe da missão palestiniana na Irlanda, Jilan Wahba Abdalmajid. A medida foi adotada seguindo as recomendações do primeiro-ministro irlandês, Simon Harris, e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Micheál Martin, e surge quase meio ano depois de a Irlanda ter oficialmente reconhecido o Estado da Palestina, uma decisão também tomada por Espanha e pela Noruega.
⇒ Um soldado norte-americano morreu após ter ficado ferido durante uma missão no cais temporário utilizado para entregar ajuda humanitária a Gaza, anunciou o exército norte-americano. “É com grande tristeza que anunciamos a morte do sargento Quandarius Davon Stanley”, declarou a capitã Shkeila Milford-Glover, porta-voz do exército, num comunicado, sem indicar a data da morte de Stanley ou que tipo de ferimentos sofreu.
⇒ As Forças de Defesa de Israel adiantaram que aprovaram novas ordens de recrutamento para 7000 membros da comunidade judaica ultraortodoxa, que se somam às 3000 ordens emitidas em julho, um tema sensível no país com um exército sob pressão devido à guerra.
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