“O homem é, por natureza, um animal político.” Esta citação de Aristóteles é frequentemente evocada para sublinhar que a política está no âmago da existência humana. Contudo, no panorama atual, a política portuguesa parece cada vez mais afastada de um exercício de civilidade e de bem comum, aproximando-se perigosamente de um campo de batalha, onde a verdade é sacrificada em nome do espetáculo.
O debate em torno do Orçamento do Estado degradou-se rapidamente num verdadeiro circo, com as acusações de mentira entre André Ventura e Luís Montenegro a dominarem o discurso. A esta disputa juntou-se, de forma oportunista, Pedro Nuno Santos, que preferiu alimentar a polémica em vez de focar o debate no conteúdo do Orçamento. O líder do Chega, com o seu estilo agressivo e populista, trouxe a discussão para um nível de pantomina que se assemelha mais a uma conversa de tasca, totalmente despida de substância política. Este tipo de confronto reduziu o espaço político a um pântano, onde o ataque constante substitui qualquer debate de ideias.
Por outro lado, o primeiro-ministro, que deveria ter um comportamento mais assertivo, tenta manter-se distante do confronto direto, optando por um silêncio estratégico que, paradoxalmente, fortalece a narrativa de Ventura. Em vez de clarificar publicamente quantas reuniões teve, quando aconteceram e quais os temas discutidos, Montenegro refugia-se numa atitude ambígua. Se a verdade está do seu lado e se pretende ser o adulto na sala, deveria assumir uma defesa firme do lugar institucional que ocupa como primeiro-ministro, sem temer a exposição pública.
Já Pedro Nuno Santos, que tinha a oportunidade de liderar o debate com seriedade, discutindo questões centrais para Portugal — como a crise na saúde, a urgência de uma reforma fiscal ou os problemas crónicos da habitação —, acabou por se enredar num constante "para e arranca" político, evidenciando uma falta de direção clara. Esta ausência de rumo ficou particularmente visível nos seus ataques a militantes do PS que, com presença mediática, defenderam a aprovação deste que é, na prática, o nono Orçamento de Estado de António Costa. Numa tentativa desesperada de controlar a narrativa, o secretário-geral do PS apelou ao “silêncio” dos seus camaradas, revelando assim as fragilidades da sua liderança.
A falta de liderança com gravitas, que pudesse elevar o debate e oferecer uma visão séria para o futuro, tornou-se evidente. A política portuguesa, neste momento, carece de grandeza e de líderes capazes de transcender a disputa mesquinha e de trazer à mesa propostas concretas e responsáveis para o bem do país. E é neste cenário de pobreza política que a atitude de Rui Rocha se destacou justamente pelo contraste com a norma. Em vez de se deixar arrastar para o jogo de desinformação, mentiras, alucinações e ataques pessoais, característicos de André Ventura, Rui Rocha optou por uma abordagem séria e responsável. Esclareceu publicamente as questões relacionadas com as reuniões em São Bento, indicando os dias e afirmando que não há sinais de veracidade nas acusações de Ventura. O líder da IL tomou uma posição firme na defesa das instituições, da democracia e de um debate político elevado, demonstrando que é possível fazer política com integridade e clareza.
A Iniciativa Liberal tem-se destacado por uma atitude responsável e focada nas verdadeiras prioridades dos portugueses. Neste cenário de pântano político das últimas semanas, a IL optou por apresentar soluções reais para as preocupações que mais afetam as famílias e as empresas. Em vez de se envolver em promessas vazias ou ataques políticos, a IL propõe políticas que visam melhorar o rendimento disponível, simplificar a vida de quem trabalha e aliviar os encargos financeiros daqueles que mais precisam, e isto, em política, não é pouco.
A atitude de Rui Rocha e da IL não é apenas estratégica; é um exemplo de como se faz política de forma adulta e responsável. Mesmo criticando o Orçamento e as opções do governo da AD, a IL tem mantido um discurso de respeito pelos adversários, focando-se sempre nas propostas e nos factos. Este comportamento é especialmente valioso num tempo em que a política portuguesa se tem transformado num espaço de confronto pessoal e de ataques destrutivos. Também esta é uma herança de António Costa e da geringonça. E assim, Rui Rocha, ao contrário de outros líderes, mostra que é possível ser crítico sem ser desonesto e que a política não precisa de ser um pântano ou um charco. Para a IL, a verdade ainda importa, e é essa verdade que lhes confere credibilidade e os distingue no meio de tanta confusão e pantomina.
Embora seja difícil prever o futuro eleitoral da Iniciativa Liberal, que creio será positivo, uma coisa é certa: Rui Rocha tem ganho algo que vale mais do que qualquer vitória eleitoral imediata — respeito e credibilidade. Num cenário político onde a desonestidade de Ventura, o desnorte de Pedro Nuno Santos e o silêncio incompreensível de Montenegro dominam, a IL emergiu neste debate como a voz da razão e da verdade. Rui Rocha é, sem dúvida, o adulto na sala, e essa postura digna e responsável é algo que deve ser valorizado.
No meio de tanta desinformação e ruído mediático, a política precisa urgentemente de líderes que saibam manter o sangue-frio, que não se deixem enredar no caos e que estejam focados em discutir políticas, projetos e ideias para Portugal. Rui Rocha tem demonstrado que é possível ser esse líder, e é por isso que, no meio deste pântano, ele é o único que continua a marcar pontos e, a meio deste jogo político, acabou por fazer um Match Point.