O Kremlin afirmou na segunda-feira que a administração de Joe Biden agravará ainda mais as tensões ao permitir que a Ucrânia utilize mísseis de longo alcance para realizar ataques dentro do território russo.
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, garantiu que a Rússia só teve conhecimento da autorização dada por Biden através de notícias publicadas nos meios de comunicação. "É evidente que a administração cessante em Washington pretende tomar medidas para continuar a alimentar o conflito e provocar uma escalada adicional das tensões", afirmou o porta-voz, citado pela AFP.
A decisão da administração do atual Presidente dos EUA estaráligada às últimas ações da Coreia do Norte, que destacou 10 mil oficiais para Kursk, uma região da Rússia que faz fonteira com a Ucrânia.
"Se tal decisão foi realmente tomada e comunicada ao regime de Kiev, trata-se de uma nova espiral qualitativa de tensões e de uma nova situação no que diz respeito ao envolvimento dos EUA no conflito," disse ainda Peskov aos jornalistas, acrescentando que Vladimir Putin já tinha deixado clara a posição da Rússia em setembro, ao afirmar que uma ação desse tipo colocaria a NATO em estado de "guerra" com a Rússia. Na altura, Putin declarou: "Tomaremos as decisões apropriadas com base nas ameaças que enfrentarmos."
Na segunda-feira, Peskov acrescentou que, na visão de Putin, esses ataques não seriam realizados pela Ucrânia, mas pelos países que autorizam o uso desses mísseis, uma vez que "os alvos não são definidos pelos militares ucranianos, mas por especialistas desses países ocidentais, o que altera fundamentalmente a natureza do seu envolvimento".