A Ordem dos Notários acusa André Ventura de falta de seriedade e irresponsabilidade. O bastonário da Ordem considera que o líder do Chega atentou contra o bom nome dos notários portugueses. Em causa está uma publicação feita por Ventura nas redes sociais.

André Ventura partilhou, esta quinta-feira, uma imagem nas redes sociais Facebook e Instagram, que o líder do Chega diz ser uma fotografia de cartório de Óbidos, na qual é possível ver vários avisos escritos em diferentes línguas.

“Se precisarem de ir ao cartório de Óbidos, é assim que serão recebidos: Sem certeza de receber uma senha e com mais letreiros noutras línguas do que em português”, escreveu Ventura, na legenda que acompanha a suposta fotografia do cartório em causa.

A Ordem dos Notários veio agora responder à publicação do presidente do Chega, que diz ser “um atentado ao bom nome dos notários”.

"É falso"

Em comunicado, a Ordem desmente que a imagem partilhada corresponda ao cartório notarial em causa.

“É falso que a imagem que circula nas redes sociais de André Ventura, corresponda a um Cartório Notarial em Óbidos. Não corresponde, nem poderia corresponder”, afirma o bastonário Jorge Batista da Silva .

“Não podemos compactuar com este tipo de acusações irresponsáveis que põem em causa a nossa imagem, o nosso bom nome e a qualidade do nosso trabalho”, é frisado pelo bastonário, que afirma que nem o partido Chega nem André Ventura contactaram a Ordem para confirmar a veracidade da imagem, antes de esta ter sido difundida.

André Ventura denegriu, de forma pouco séria, a imagem dos notários portugueses, pondo em causa a qualidade do serviço público que estes profissionais da justiça prestam aos cidadãos e às empresas.

"Serviço público a todos, independentemente da nacionalidade"

No comunicado, é sublinhado também que os notários são “reconhecidos pelo serviço público que prestam a todos os cidadãos, independentemente da sua nacionalidade ou país de origem”.

A Ordem dos Notários deixa ainda um apelo aos cidadãos para que “resistam à tentação de partilhar publicações” como aquela que foi feita pelo líder do Chega, “sem terem a certeza de que as situações que retratam correspondem, de facto, à verdade”.