António Vitorino é por hoje o desejado da direção do PS para ter um candidato presidencial para apoiar. Mas questionado sobre se já decidiu se vai avançar na corrida a Belém, nada diz.
Em 2001 estava à frente numa lista oficiosa combinada no partido para a sucessão de António Guterres. António Vitorino era comissário europeu para a Justiça e Assuntos Internos desde 1999 e passou a vez a Jaime Gama. Só que o segundo na lista também passou a oportunidade e o terceiro, Ferro Rodrigues, aceitou liderar o partido.
Em 2004, quando estava de saída da Comissão Europeia, voltou a ser o primeiro desafiado para a sucessão de Ferro, antes de Sócrates avançar. O socialista disse outra vez que não e regressou de Bruxelas para ser advogado de negócios a trabalhar para algumas grandes empresas de Portugal e Espanha.
No final do ano passado admitiu pela primeira vez um talvez sim à vontade eterna do PS, agora já com a Presidência da República no horizonte.
Com Guterres e Costa ocupados em altos cargos internacionais, e só depois de Mário Centeno e Elisa Ferreira dizerem que não, é que o secretário-geral do PS almoçou com António Vitorino.
Em 96, quando Guterres chegou ao poder, Vitorino foi ao mesmo tempo ministro da Defesa e da Presidência, e tutelava as obras da Expo 98.
Conhecido pelas respostas sibilinas e quase supersónicas, só esteve um ano e um mês no Governo. Saiu em novembro de 97 quando surgiram dúvidas se tinha pago o imposto de Siza que era devido pela compra de uma herdade com uma casa em ruínas, caso de que acabou ilibado.