
O secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, acusou o Governo de não ter sido capaz de começar a resolver os problemas do país, neste primeiro ano de governação, e disse que o país não terá estabilidade política com a Aliança Democrática de Luís Montenegro.
"Nós não teremos estabilidade política com o primeiro-ministro envolto em suspeitas. Esse ponto é muito importante. Nós sermos capazes de conseguir ter estabilidade, de encerrar este capítulo. E não conseguiremos encerrar este capítulo se Luís Montenegro voltar a ganhar as eleições", disse, aos jornalistas, durante a sua visita a Castelo Branco, a propósito da Convenção Autárquica do PS/Castelo Branco.
O tema da estabilidade política será um dos principais da campanha eleitoral para as legislativas antecipadas com o PS a insistir na ideia que a estabilidade que Montnegro conseguiu neste último ano, foi o Ps que lhe deu. O Presidente da República pediu aos partidos que digam em campanha como tencionam dar essa estabilidade política. Do lado do PS, os socialistas insistem que caso vençam em minoria, o PSD deve-lhe "reciprocidade", uma vez que permitiram que o Governo de Montenegro entrasse em funções, recusaram duas moções de censura e viabilizaram o Orçamento do Estado. O partido está no entanto dividido sobre o que fazer caso Montenegro vença de novo sem maioria. Os sociais-democractas ainda não se pronunciaram.
Questionado pelos jornalistas, Pedro Nuno Santos apontou o dedo às falhas do Governo na saúde e diz que o brilharete conseguido nas contas públicas foi inferior ao do PS. "As coisas que o Governo diz que estão bem hoje, já estavam bem há um ano. O que estava bem há um ano, está bem agora. O que não estava bem, está hoje pior", comenta.
Esta semana, o Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou um excedente orçamental de 0,7%, acima dos 0,4% que tinham sido previstos pelo Governo em outubro, no Orçamento do Estado. Foi apenas o terceiro excedente que o Estado português obteve desde o 25 de Abril de 1974 e o segundo maior, superado pelos 1,2% obtidos em 2023, quando Fernando Medina era ministro das Finanças.
O peso da dívida em relação ao PIB foi, por sua vez, de 94,9% de 2024, um registo também melhor do que o esperado pelo Executivo e o melhor resultado desde 2009.
Sobre as sondagens, Pedro Nuno Santos disse que "havia para todos os gostos" e que o partido está a "preparar uma resposta política para responder aos problemas dos portugueses. Um projeto que permita resolver os problemas, que o PSD não conseguiu sequer começar a resolver".