Pelo menos 25 mil pessoas, segundo as autoridades locais, manifestaram-se este domingo em Madrid para pedir a demissão do primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, a quem acusam de deteriorar a democracia no país.

A manifestação foi convocada pela Plataforma pela Espanha Constitucional, que integra diversas associações, várias ligadas ao partido de extrema-direita Vox, e contou com o apoio desta formação e do Partido Popular (PP, direita), que lidera a oposição ao Governo do socialista Pedro Sánchez.

Segundo as autoridades locais, a manifestação mobilizou 25 mil pessoas, enquanto os organizadores disseram que a participação chegou aos 400 mil.

O protesto teve como lema a defesa "da unidade de Espanha e da lei", com Sánchez a ser acusado pelos manifestantes de colocar os destinos do país nas mãos dos independentistas da Catalunha e do País Basco, arriscando, assim, a integridade nacional ou a igualdade entre espanhóis que está estabelecida na Constituição.

Manifestantes, oradores e políticos do PP e do Vox presentes acusaram ainda o primeiro-ministro de estar a levar a cabo "um ataque à justiça" nos últimos meses, por causa de processos judiciais que envolvem pessoas que lhe são próximas, como a mulher ou um antigo ministro, investigados por suspeitas de tráfico de influências ou corrupção.

A dirigente do PP Carmen Fúnez, em declarações aos jornalistas, considerou que os espanhóis estão "cansados da corrupção" e pediu a Sánchez "respeito pela separação de poderes".

Para o PP, a democracia em Espanha não viveu até agora "um momento tão delicado" como o atual e só "dando voz à democracia e aos espanhóis" se pode resolver.

Também o líder do Vox, Santiago Abascal, considerou que o Governo está envolto em suspeitas de corrupção e pediu a demissão imediata do Governo e a antecipação de eleições.

Os milhares de pessoas que se concentraram na Plaza Castilla de Madrid foram gritando "Pedro Sánchez, demissão" e exibiam cartazes e faixas com mensagens como "Viva a unidade de Espanha", "STOP corrupção" ou "SOS Espanha já não é uma democracia".