A polícia brasileira deteve, esta terça-feira, cinco suspeitos, na sua maioria membros das forças especiais do exército, de preparar um golpe que implicaria o assassínio do presidente Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alkmin, e do ministro Alexandre de Moraes. Segundo o comunicado da polícia, o golpe teria como objetivo evitar a tomada de posse do executivo eleito no final de 2022, que derrotou no escrutínio o então presidente Jair Bolsonaro.

"As investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais", explica a polícia federal brasileira.

"Entre essas ações, foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio dos candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República eleitos", prossegue o comunicado.

"Ainda estavam nos planos a prisão e execução de um ministro do Supremo Tribunal Federal, que vinha sendo monitorado continuamente, caso o Golpe de Estado fosse consumado", acrescenta.

"O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações", segundo a polícia.

A polícia brasileira executou, esta terça-feira, "cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, a proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, e a suspensão do exercício de funções públicas".

Foram realizadas diligências no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e em Brasília.