Luís Montenegro falava aos jornalistas no final de uma reunião de cerca de uma hora com a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, o diretor nacional da Polícia Judiciária, o comandante-geral da GNR, o diretor nacional da PSP e o secretário-geral adjunto do Sistema de Segurança Interna, na residência oficial, em São Bento.
Questionado se uma conferência de imprensa sobre este tema às 20:00 não pode criar alarmismo, o primeiro-ministro rejeitou esta interpretação, dizendo que foi "a hora que era possível na conciliação das agendas de todos".
"É nossa obrigação dar nota ao país daquilo que está a ser feito, dos objetivos que estão subjacentes a uma decisão que o Governo tomou de maior policiamento, de maior presença no terreno de todas as forças policiais e também, no âmbito desta campanha 'Portugal Sempre Seguro, da interação com outras entidades e serviços do Estado, com vista a promover a fiscalização de várias atividades", justificou.
O objetivo, explicou, é poder tranquilizar a população, enfatizando uma mensagem que já tinha passado na terça-feira.
"Eu repito, Portugal é um país seguro, Portugal é um dos países mais seguros do mundo, mas é preciso não viver à sombra da bananeira de uma performance passada. Nós temos de realizar as ações conducentes a garantir que no futuro teremos ainda mais condições de segurança, menos ocorrência de criminalidade e também menos perceção de que a segurança possa estar em causa", justificou.
Questionado sobre as críticas do líder do PS, Pedro Nuno Santos, que o acusou de disputar o discurso securitário com o Chega, disse limitar-se a "ouvir e a registar".
"O nosso foco não é trabalhar para as oposições, o nosso foco é trabalhar para as populações, o nosso foco é trabalhar para as pessoas, o nosso foco é cumprir a nossa responsabilidade. A oposição faz o seu trabalho, nós fazemos o nosso e daqui a quatro anos os portugueses tirarão as suas ilações", disse.
Já à questão se mantém a confiança na ministra Margarida Blasco, Montenegro considerou-a uma pergunta "apenas de retórica".
"Com certeza que todos os membros do Governo têm a minha confiança plena para o exercício das suas funções e por isso estão na plenitude da sua ação. Em particular a ministra da Administração Interna, como de resto da ministra da Justiça, estão a fazer um trabalho excecional relativamente aos desafios que nós temos pela frente", disse.
Montenegro insistiu que não se pode "deixar crescer sentimentos de insegurança ou fenómenos criminais graves" para salvaguardar "as liberdades individuais de cada cidadão" o ativo económico que representa a segurança do país.
SMA // JPS
Lusa/fim