O recluso Fernando Ribeiro Ferreira, um dos cinco homens que fugiram da prisão de Vale de Judeus, foi detido pela Polícia Judiciária, em Castanheira de Chã, no concelho de Montalegre, Trás-os-Montes.

De acordo com um comunicado emitido esta sexta-feira pela Polícia Judiciária, a detenção ocorreu depois "de um persistente, complexo e ininterrupto trabalho de investigação e de recolha de informação" desde a fuga, a 7 de setembro. A operação policial para recapturar o português "com extensa carreira criminal" contou com a GNR.

Fernando Ferreira, de 61 anos, está acusado de crimes de associação criminosa, homicídio, rapto, roubo à mão armada, tráfico de estupefacientes e detenção de arma proibida.

O português, que foi preso pela primeira vez em 1980, estava a cumprir uma pena de 24 anos, associada a 11 condenações.

A ministra da Justiça afirmou esta sexta-feira que esta captura "deixa-nos com um sentimento de orgulho e confiança nas nossas forças policiais, que todos devemos enaltecer".

“Este êxito só foi possível graças ao trabalho de investigação persistente e competente da PJ. Gostaria também de enaltecer o trabalho conjunto das forças policiais, em particular a colaboração da GNR. Os profissionais que todos os dias trabalham para que tenhamos um país mais seguro merecem a nossa gratidão e reconhecimento."

Fernando Ferreira foi o segundo recluso recapturado, depois de Fábio Loureiro ter sido detido em Marrocos, a 7 de outubro. No início de novembro, a Procuradoria-Geral da República confirmou o envio do pedido formal de extradição.

O grupo de cinco evadidos, com idades entre os 33 e 61 anos, inclui ainda o georgiano Shergili Farjiani, o argentino Rodolf José Lohrmann e o britânico Mark Cameron Roscaleer.

A fuga do Estabelecimento de Vale dos Judeus, em Alcoentre, no concelho da Azambuja, levou o Ministério da Justiça a instaurar nove processos, que visam o ex-diretor da prisão, o chefe da guarda e sete guardas prisionais.

Em outubro, o ministério anunciou a abertura dois inquéritos autónomos: um ao comissário da prisão pela "falta de concretização de uma medida de segurança e sobre uma situação de absentismo prolongado", e outro à Direção dos Serviços de Segurança "para avaliar o seu funcionamento e a capacidade de resposta a situações desta natureza".