
Espanha, como Portugal, está sob a influência da depressão Martinho, com a região de Madrid a ser uma das mais atingidas pelos ventos e chuvas intensas.
A Câmara Municipal de Madrid destacou, em comunicado, que tem havido "chuvas intensas" desde 28 de fevereiro, provocando "acumulação de água nos solos", a que se juntam previsões, para hoje e os próximos dias, de ventos com rajadas de até 78 quilómetros por hora.
Tudo isto "aumenta o risco de queda de árvores", pelo que a autarquia decidiu fechar nove parques da cidade "até os técnicos municipais levarem a cabo uma exaustiva revisão do arvoredo, especialmente, aos exemplares de grande porte".
"Madrid atravessa um mês de março excecional", com os registos oficiais (que remontam a 1893) a confirmarem que "a cidade já superou a precipitação máxima histórica" registada num único mês, disse a autarquia.
As chuvas levaram a acionar um alerta raro no município, o de risco de transbordo do Manzanares, o rio que atravessa algumas zonas de Madrid e que, normalmente, tem um caudal de água pequeno, que se assemelha, em muitas ocasiões, ao de um riacho.
Por causa das chuvas e da necessidade de descargas de albufeiras, o caudal do Manzanares multiplicou-se por 15 vezes nos últimos dias, com as autoridades locais e regionais a apelarem à população para se manter afastada das margens em diversos pontos.
As autoridades pediram também à população para evitar deslocações de carro e quatro universidades de Madrid decidiram não abrir hoje as portas.
Além da cidade e do Manzanares, as autoridades de toda a região autónoma de Madrid alertaram para o risco de transbordo de diversos rios por causa das chuvas e das descargas de albufeiras que estão a atingir o máximo de armazenamento de água.
Todas as regiões de Espanha continental estão hoje sob avisos e alertas por causa do mau tempo.
Segundo a Direção-geral de Tráfego (DGT) espanhola, por volta das 19:00 (18:00 em Lisboa) havia 24 estradas cortadas no país por causa da chuva e de inundações.
Além de Madrid, Ávila, em Castela e Leão, decretou o estado de emergência devido a inundações no sul da cidade.
Já na região de Castela La Mancha, há avisos em relação ao caudal do rio Tejo, que está "numa situação complicada" em diversas zonas, como acontece na região de Toledo, disse o presidente autonómico, Emiliano García-Page.
A subida do Tejo em Toledo levou, por exemplo, a acionar a Unidade Militar de Emergências (UME) das Forças Armadas espanholas para proteger o Hospital Nacional de Paraplégicos, em redor do qual os militares ergueram um dique para conter as águas, usando sacos de areia.
Até agora, não há notícias de vítimas em Espanha por causa do mau tempo associado à depressão Martinho.
No início da semana, na Andaluzia,duas pessoas morreram e uma continua desaparecida por causa das chuvas provocadas pela depressão Laurence.
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