A pouco mais de um mês de o conflito com a Ucrânia completar três anos, a Rússia anunciou esta quarta-feira a troca de 50 prisioneiros. Metade russos e os restantes ucranianos.
“Na sequência de um processo de negociação, 25 soldados russos foram repatriados do território controlado pelo regime de Kiev. Em troca, 25 prisioneiros de guerra das forças armadas ucranianas foram transferidos para a Ucrânia”, afirmou o Ministério da Defesa russo numa declaração publicada na rede social Telegram.
O acordo foi mediado pelos Emirados Árabes Unidos, tal como a troca anterior que envolveu mais de 300 prisioneiros de guerra.
Desde o início do conflito já foram organizadas diversas trocas de prisioneiros
No final de dezembro de 2024, regressaram à Ucrânia 189 ucranianos detidos na Rússia e 150 soldados russos foram igualmente libertados, numa troca de prisioneiros com Moscovo mediada pelos Emirados Árabes Unidos.
A 20 de dezembro, a Rússia recuperou os restos mortais de 42 soldados mortos em combates com as forças ucranianas, e entregou à Ucrânia os corpos de 503 pessoas.
Também esta quarta-feira as autoridades russas acusaram a Ucrânia de oferecer recompensas de até um milhão de dólares (cerca de 970.500 euros) aos militares russos destacados na província de Donetsk (leste ucraniano) para abandonarem as suas posições nesta região, que tem sido cenário de avanços das tropas de Moscovo.
Em comunicado, o Serviço Federal de Segurança (FSB), um dos ramos dos serviços secretos da Rússia, afirmou que os seus agentes "travaram uma operação" de Kiev que incluía a oferta de recompensas aos militares russos para "abandonarem as suas posições na cidade de Gorlovka".
"As intenções da Direção Principal dos Serviços de Informações do Ministério da Defesa ucraniano foram rapidamente identificadas pelos serviços militares de contra-informação do FSB", indicou o organismo russo, referindo que os militares receberam 100.000 dólares (cerca de 97.050 euros) de Kiev como "um adiantamento".
O FSB sublinhou ainda que "durante as atividades operacionais, foram localizadas áreas de concentração das unidades das Forças Armadas ucranianas", o que permitiu ao exército russo "realizar ataques preventivos de mísseis e artilharia em rotas de movimento identificadas".
"O inimigo sofreu perdas humanas e materiais significativas", afirmou o FSB, acrescentando que os fundos alegadamente entregues por Kiev "foram utilizados para comprar equipamento e recursos técnicos em benefício das unidades que participam na operação militar especial", nome dado por Moscovo à invasão da Ucrânia.
As informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes.
Com Lusa