Os embaixadores dos países da União Europeia (UE) chegaram a acordo sobre um empréstimo de 35 mil milhões de euros à Ucrânia, no quadro de 45 mil milhões de euros em assistência do G7 ao país invadido pela Rússia.

“Hoje o Conselho [da UE] chegou a acordo sobre o pacote de assistência financeira para a Ucrânia, que inclui um empréstimo de assistência macrofinanceira de até 35 mil milhões de euros e um mecanismo de cooperação de empréstimo que vai apoiar a Ucrânia no pagamento dos empréstimos até 45 mil milhões de euros provenientes da UE e dos parceiros do G7”, refere um comunicado dos 27.

Também nesta quarta-feira, o Presidente ucraniano pediu à UE para acolher “todas as nações democráticas da Europa”, na abertura de uma cimeira Ucrânia-Sudeste Europeu. “Se a Europa não estiver unida hoje, não estará em paz. Os processos de adesão devem, portanto, ser concluídos”, defendeu Volodymyr Zelensky, apelando a Bruxelas para que dê as boas-vindas a “todas as nações democráticas da Europa”.

O líder ucraniano viajou até à Croácia para uma cimeira que reúne os chefes de Estado, de Governo ou da diplomacia de 13 países (Albânia, Bósnia-Herzegovina, Bulgária, Croácia, Grécia, Kosovo, Moldávia, Montenegro, Macedónia do Norte, Roménia, Sérvia, Eslovénia e Turquia).

“Em outubro, novembro e dezembro, temos a oportunidade de avançar para a paz e para uma estabilidade duradoura. A situação no campo de batalha cria uma oportunidade para fazer esta escolha, a escolha de uma ação decisiva para acabar com a guerra o mais tardar em 2025”, afirmou Zelensky no encontro em Dubrovnik.

Mais notícias do dia:

⇒ A reunião sobre a defesa da Ucrânia marcada para sábado numa base militar dos Estados Unidos na Alemanha foi adiada, após o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter cancelado a visita de Estado ao país devido ao furacão Milton. Já na quinta-feira, Zelensky será recebido pelo homólogo francês, Emmanuel Macron, e pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, na sexta-feira, dia em que também terá um encontro com o Papa Francisco, segundo anunciou o Vaticano.

⇒ A Ucrânia pretende organizar uma nova cimeira de paz até ao final deste ano e quer que a Rússia participe, disse o embaixador do país na Turquia, mas excluindo quaisquer conversações bilaterais diretas com Moscovo durante a reunião. “Um dos objetivos mais importantes desta cimeira é alcançar uma paz justa na Ucrânia. Não estamos a falar de um formato em que a Ucrânia e a Rússia se sentam frente a frente e a Ucrânia ouve as exigências da Rússia”, declarou Vasyl Bodnar.

⇒ O primeiro-ministro húngaro considerou que “deixar a energia russa prejudicou o Produto Interno Bruto” da UE e criticou o que diz ser a perda de competitividade do bloco político-económico. “Deixar a energia russa prejudicou o Produto Interno Bruto da UE […], a União Europeia também não incentivou a transformação das cadeias de abastecimento e as empresas perderam percentagem de mercado”, afirmou Viktor Orbán, na abertura de um debate no Parlamento Europeu.

⇒ A presidente da Comissão Europeia criticou Orbán por continuar a culpar a Ucrânia pela invasão russa, questionando se culpa o seu país pela invasão soviética de 1956. “O mundo inteiro viu as atrocidades da guerra da Rússia, mas ainda há quem culpabilize o invadido, em vez do invasor, culpam a sede de liberdade dos ucranianos, em vez da ânsia de poder de Putin”, disse Ursula von der Leyen, durante o debate sobre as prioridades da presidência húngara do Conselho da União Europeia.

⇒ O registo nacional de pessoas desaparecidas na Ucrânia reconhece pelo menos 59.490 casos, muitos deles relacionados com o conflito com a Rússia, mas a informação fornecida por Kiev é insuficiente e as Nações Unidas querem mais dados. O Comité das Nações Unidas para os Desaparecimentos Forçados lamentou a falta de clareza dos dados fornecidos pelo Governo ucraniano, que indicam que 48.138 dos casos registados estão “em circunstâncias especiais”.

⇒ Um tribunal militar de Moscovo condenou o opositor russo Yevgeny Mishchenko a 12 anos de prisão, depois de o ter acusado de envolvimento numa organização terrorista. Mishchenko, de 50 anos, foi acusado de oferecer terrenos para as atividades da legião “Liberdade para a Rússia”, constituída por voluntários russos que lutam do lado ucraniano. A Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, declarou a legião como uma organização terrorista.

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