Morreu o cantor Paulo Alexandre, voz do êxito ‘Verde Vinho’, lançado originalmente em 1977. Tinha 93 anos e o óbito foi comunicado nas redes sociais pelo filho, Alexandre Santos. “O meu querido pai (…) deixou-nos ontem de madrugada. Mais do que um artista de talento único, ele foi um ser humano extraordinário, cheio de amor, sabedoria e uma paixão contagiante pela música e pela vida”, pode ler-se

Modesto Pereira da Silva Santos nasceu a 16 de fevereiro de 1931 em Vouzela, distrito de Viseu. Começou a carreira em 1955 no programa radiofónico “Ouvindo as Estrelas”, da Emissora Nacional. Em 1963, formou o conjunto vocal 4 de Espadas, que viria a integrar comédias musicais no Teatro Monumental de Lisboa, por intermédio do empregado Vasco Morgado, como “Margarida da Rua” (1969), com Laura Alves.

Paulo Alexandre, nome artístico que escolheu, conheceu êxitos a solo como ‘Agora ou Nunca’, ‘Escravo’ ou ‘O Gaiato de Lisboa’ e protagonizou “Romance na Serra”, a primeira opereta portuguesa transmitida pela RTP, em 1976.

No ano seguinte, lançou ‘Verde Vinho’ (pela recém-criada editora Rossil), com letra de sua autoria, canção que se tornaria o seu maior êxito, tendo conquistado quatro discos de ouro em Portugal e um no Brasil, feito que levou a TV Globo a convidá-lo para uma edição do programa “Fantástico” que contou com Caetano Veloso, Maria Bethânia, Ângela Maria e Shirley MacLaine. Em 1978 lançou o primeiro LP, “Romance”, que termina precisamente com ‘Verde Vinho’.

Ao longo dos anos 80, e propulsionado pelo êxito de ‘Verde Vinho’, Paulo Alexandre levou a sua música às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. A produção discográfica esmorece na segunda metade da década e, nos anos 90, lê-se na “Enciclopédia da Música Ligeira Portuguesa” (org. Luís Pinheiro de Almeida e João Pinheiro de Almeida, Círculo dos Leitores, 1998), esteve ligado à autoria e produção executiva de programas e séries para a televisão.

O velório de Paulo Alexandre terá lugar esta terça-feira às 18h00 no Centro Funerário Basílica da Estrela, em Lisboa; o funeral realiza-se quarta-feira às 11:15 no mesmo local.