
Olhemos ao ranking WTA. Segunda colocada, Iga Swiatek: teve de lidar com um caso de doping, admitiu que perdeu motivação, tanto ganha majors (cinco na carreira) como sai na primeira semana (sucedeu em dois dos quatro de 2024), ainda não atingiu qualquer final em 2025. Terceira colocada, Coco Gauff: desde que venceu o seu primeiro Grand Slam, no US Open 2023, não mais pisou uma final de major. Incapaz de superar a quarta ronda nos WTA 1000 que disputou esta temporada, na qual não chegou a qualquer final.
Quarta? Jessica Pegula, capaz de cair na segunda ronda em Wimbledon 2024, de chegar à final do US Open seguinte e de ser derrotada na terceira ronda da Austrália. Quinta? Madison Keys, vencedora na Austrália em 2025. Desde aí não mais esteve numa final, vítima do fenómeno Eala em Miami.
Vamos para o ATP. Líder, Jannik Sinner: atualmente suspenso por doping. Segundo, Zverev: finalista em Melbourne, muito bem, mas incapaz de vencer três encontros seguidos desde então. Terceiro, Carlos Alcaraz: qué te pasa, Carlitos? Três derrotas seguidas contra adversários fora do top 10. No Catar foi Lehencka, em Indian Wells foi Draper, em Miami foi Goffin, e logo na primeira ronda. Quarto, quinto e sexto? Fritz, Djokovic, Ruud. Número total de torneios ganhos entre os três em 2025: zero.
Eis o ténis atual, um universo de irregularidades, de inconsistências. Talvez seja só o voltar à normalidade depois dos tempos predatórios, dos recordes de Serena, Novak, Rafa, Roger. No entanto, entre tanta falta de consistência, uma aldeia bielorrussa resiste com bravura ao invasor: Aryna Sabalenka.
A jogadora de 26 anos, líder do ranking WTA, é um farol de rendimento. Com três torneios do Grand Slam na vitrina de troféus (Austrália em 2023 e 2024 e US Open em 2024), a trajetória recente de Aryna desenha-se através da capacidade para ser regularmente excecional.
O WTA 1000 de Miami foi mais um exemplo. Chegou à final, contra Jessica Pegula, e triunfou por 7-5 e 6-2. Foi a conclusão perfeita para dias de grande êxito nos EUA, já que em Indian Wells fora finalista vencida, só perdendo o troféu para Mirra Andreeva. A tal consistência.
Com tranquilidade no topo do ranking WTA, os registos de Sabalenka são elucidativos. Vejamos as participações nos últimos nove majors: meia-final, vitória, meia-final, meia-final, final, vitória, quartos de final, vitória, final.
Em Miami, Aryna chegou ao oitavo título de WTA 1000 na carreira. Mas, além dos troféus, teve outras quatro finais só nos últimos 24 meses. Regularidade singular.