João Mendes já sabia o que era marcar em Braga (rubricou o melhor golo de 2023/2024 nesse jogo - ao cair do pano) e voltou a ser decisivo na sua primeira titularidade com a camisola do Vitória SC na nova temporada. O médio inaugurou o marcador no Dérbi do Minho e abriu o caminho para Tomás Ribeiro, pouco tempo findado, dilatar a vantagem e chegar à vitória por 0-2.
Os treinadores, em relação às últimas partidas, mexeram com algumas peças, pois Carlos Carvalhal apostou em Rodrigo Zalazar e Sikou Niakaté nos lugares que pertenceram a Roger Fernandes e Paulo Oliveira. Do outro lado, Rui Borges colmatou a ausência de Ricardo Mangas com a qualidade de João Mendes.
Vontade não faltou, mas e o resto?
Um ambiente absolutamente fantástico. Não seria de esperar outro cenário. Os adeptos provenientes de Guimarães encheram o seu setor, enquanto o Estádio Municipal de Braga - excetuando uma bancada - estava praticamente sem lugares vazios. Muitos cânticos de apoio, pirotecnia e, acima de tudo, uma ânsia enorme para que fosse dado o apito inicial. Estavam reunidos todos os ingredientes para a 157ª edição deste duelo entre os dois emblemas.
Foi praticamente «na mesma moeda». Gabri Martínez, assistido por Rodrigo Zalazar - que regressou de lesão após alguns dias de ausência -, tentou cruzar, mas a bola terminou desviada por um defesa, obrigando Bruno Varela a uma defesa apertada e a dois tempos. A partir daqui, as oportunidades foram escassas (inexistentes, diria eu) e de que maneira...
Podemos falar de um encaixe tático «perfeito». As equipas, tal como seria de esperar, apresentaram-se no habitual 4-2-3-1. O SC Braga, com Vítor Carvalho e André Horta encarregues do meio-campo, tentou furar a defesa contrária com as incursões de Rodrigo Zalazar, Ricardo Horta, Gabri Martínez e Amine El Ouazzani. Do outro lado, Nuno Santos assumiu a posição de médio ofensivo para servir de apoio a Nélson Oliveira.
Não existiu muito mais história relativamente à primeira parte. Os ânimos estiveram bastante exaltados (sucessivas picardias entre os jogadores dos dois emblemas), alguns passes falhados e poucos remates caraterizaram a reta final da amostra inicial. A vontade não permitiu alterar o marcador...
O resto apareceu na segunda parte!
Mas essa narrativa não demorou muito tempo a ser alterada devido ao golo de João Mendes. O médio apareceu ao segundo poste, após um cruzamento de Nélson Oliveira (que jogo fez), e rubricou o primeiro momento de festa pintado de preto e branco. As bancadas explodiram de alegria e tornaram-se um amuleto precioso para a equipa crescer. Que espetáculo, tal como é habitual.
Carlos Carvalhal preparava-se para operar três substituições de uma assentada, mas a referida expulsão alterou o pensamento do técnico. E o que é que alterou ainda mais o seu pensamento? O golo... do Vitória SC. Na sequência de um pontapé de canto, Tomás Ribeiro saltou mais alto que os seus adversários e rubricou o dilatar da vantagem. A partir daqui, a tarefa revelou-se impossível de reverter e os três pontos viajaram até Guimarães. Um percurso curto, mas saboroso para este emblema.