A Liga masculina de basquetebol, que devia começar hoje, com a primeira jornada, foi adiada, anunciou a Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB), depois de um comunicado conjunto dos 12 clubes que participam na prova.

“Ponderada a posição apresentada pelos clubes ao longo das últimas reuniões, e tendo em consideração os argumentos pelos mesmos apresentados, decidiu a Federação Portuguesa de Basquetebol proceder ao adiamento do início da Liga”, diz o comunicado federativo.

Os 12 clubes participantes na prova, também em comunicado, informaram que “decidiram, por unanimidade, não comparecer nos seis jogos da primeira jornada da Liga Betclic Masculina 24/25, tendo a Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB) aceitado reagendar tais jogos para datas a acordar”.

Este adiamento deve-se à renovada Lei da Imigração, que foi aprovada a 3 de junho e que obriga os clubes a terem os documentos dos jogadores estrangeiros regularizados, autorização de residência e contrato de trabalho dos atletas.

No comunicado, os clubes afirmam que apesar de terem feito tudo para cumprir as regras, encontram-se em situações muito diferentes, pois alguns clubes ainda não têm a autorização para os jogadores estrangeiros competirem.

“Por esse motivo, uma vez que nenhum dos 12 clubes pretende jogar em situação de vantagem indevida perante os outros, foi tomada a decisão descrita”, pode-se ler no comunicado, no qual os clubes dizem esperar que “a situação seja resolvida nos próximos dias para que a segunda jornada [prevista para 12 de outubro] decorra dentro da normalidade”.

Desta forma, os emblemas do principal escalão do basquetebol nacional "apelam às Autoridades, por um lado, sensibilidade face ao contexto particular do basquetebol — atrasos nos Estados Unidos na emissão dos documentos atempadamente requeridos por atletas e clubes - e, por outro, consistência de procedimentos e cumprimento dos prazos estabelecidos em protocolo”, diz ainda o comunicado dos 12 clubes.

Por causa da nova Lei da Imigração, na Supertaça masculina o FC Porto não contou com os norte-americanos Devyn Marble e Wesley Washpun, enquanto na Supertaça feminina, o Benfica contou apenas com uma atleta norte-americana.

No final do comunicado, os clubes apelam a todos os adeptos dos diferentes clubes e aos simpatizantes da modalidade que compreendam a decisão de último recurso, pois foi tomada pela defesa da verdade desportiva.

A Federação Portuguesa de Basquetebol esclarece que “assinou um protocolo relativo à agilização de procedimentos para a concessão de autorização de residência a atletas e treinadores profissionais”. No entanto, o prazo máximo de dois dias referido no acordo com a AIMA “nem sempre se tem verificado”.

O jogadores norte-americanos são os principais afetados visto que “o protocolo prevê ainda a submissão de um certificado de registo criminal devidamente apostilado no país de origem, apostilha essa que, no caso dos Estados Unidos da América, tem um prazo de entrega previsto entre 4 a 6 semanas”. A Federação Portuguesa de Basquetebol lamenta que os clubes estejam a “suportar salários e outras despesas de atletas”, para já, ainda não podem utilizar em competição.