
Rebentou um escândalo na ginástica italiana e estão a descobrir-se cada vez mais episódios.
Dias depois de a Federação Italiana de Ginástica ter despedido Emanuela Maccarani, que era selecionadora há 29 anos, após ser acusada de alegados abusos, maus-tratos e assédio psicológico, vieram a público novas informações chocantes.
A investigação teve início em 2022, após várias ginastas, entre as quais as mais conhecidas Nina Corradini e Anna Basta, a relatar humilhações de que foram alvo durante anos por parte de Maccarani.
Agora, de acordo com informações da Gazzetta dello Sport, Julieta Cantaluppi, ex-treinadora da Sociedad Gimnástica de Fabriano e selecionadora júnior, é acusada de atos humilhantes cometidos contra Sofia Raffaeli, medalha de bronze de ginástica rítmica nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, entre outras atletas.
«Houve maus-tratos, como os que cometeu contra Raffaeli e Serena Ottaviani [antiga capitã da seleção júnior], que cada vez que falhavam o lançamento do aro tinham de tirar uma peça de roupa e terminavam os exercícios em roupa interior», lê-se na peça do jornal italiano.
Além disso, a mesma treinadora é acusada pela sua adjunta de obrigar Rafaelli a pedir-lhe desculpas de joelhos quando fazia mal um exercício, o que não impedia Cantaluppi de «fechar as ginastas numa sala pequena e fria, sem telemóveis, sem nada, de castigo sentadas no chão quando considerava que treinavam mal».
De referir que também o novo presidente da federação de ginástica, Andrea Facci, eleito há cerca de um mês, está a ser alvo de críticas devido a comentários machistas durante uma conversa telefónica com o anterior líder federativo em que se referiu à ex-ginasta Ginevra Parrini como «uma bela c***».