Mal soou o apito final do Benfica-FC Porto, André Villas-Boas deixou o lugar na tribuna presidencial e rumou rapidamente ao balneário. O presidente dos dragões ficou «revoltado» com a resposta fraca dada pela equipa na casa do rival e tomou uma atitude «veemente» na cara dos futebolistas, confirmou o zerozero, após a informação ter sido inicialmente avançada pelo Record.
De acordo com o apurado já esta manhã, Villas-Boas tocou no amor próprio e no orgulho dos futebolistas, fazendo-os sentir o «desrespeito» em relação aos milhares de portistas que estiveram no estádio e aos milhões que seguiram o Clássico pela televisão. Há 60 anos que o FC Porto não sofria quatro golos na casa do rival.
A administração-AVB encontrou o clube numa situação de falência técnica e foi capaz, ainda assim, de regularizar dívidas antigas e oferecer a Vítor Bruno um plantel de boa qualidade. Exige, por isso, uma resposta contundente em todas as frentes em que está envolvida, «uma exigência do próprio clube».
O treinador assistiu ao discurso emocionado de André Villas-Boas, mas manteve-se sempre em silêncio e reservou para esta segunda-feira a primeira conversa com o plantel. As folgas que estavam anteriormente agendadas, no seguimento das visitas a Roma e a Lisboa, foram canceladas à última hora e o plantel do FC Porto trabalhará normalmente.
AVB foi duro, firme e referiu ter sido «uma vergonha» a exibição dos portistas na relva dos rivais. O presidente recordou «o tremendo esforço» feito pela sua administração para ter «todos os compromissos em dia». Ao seu lado esteve Jorge Costa, diretor do futebol e figura de evidente peso histórico no Dragão.
Lugar de Vítor Bruno está seguro
A escolha de Vítor Bruno foi uma das primeiras decisões desportivas de André Villas-Boas e o presidente do FC Porto continua a acreditar no treinador. O perfil do antigo braço direito de Sérgio Conceição agrada à SAD, apesar da qualidade de jogo e da resposta nos jogos de grau de dificuldade superior estar a ser dececionante.
Neste momento, garantem-nos, não é equacionada nenhuma interrupção na ligação entre as partes. A administração tem consciência da dificuldade em integrar rapidamente os jogadores contratados mais tarde (Nehuen Pérez, Tiago Djaló, Francisco Moura, Fábio Vieira, Deniz Gul e Samu Aghehowa) e acredita na melhoria gradual das peças e do coletivo.
A derrota no Clássico deixou marcas profundas e André Villas-Boas fez questão de que o grupo não a esquecesse. O objetivo no Dragão é não repetir a patética imagem deixada em campo.