No passado sábado, a APAF deu o pontapé de saída ao Centro de Estágios - Academia APAF (em Óbidos), espaço inédito em Portugal e que pretende impulsionar o recrutamento e formação de novos agentes de arbitragem.

O objetivo, agora em vias de se concretizar, foi o de finalmente criar um local próprio, só seu, onde árbitros de todo o país possam usufruir de formação específica a nível técnico, tático, psicológico e físico. A ideia é também que o local passe a ser o ponto de encontro preferencial de toda a arbitragem no que diz respeito à realização de estágios e à preparação dos seus atores enquanto parte integrante do jogo.
A futura ‘casa da arbitragem’ terá várias infraestruturas adequadas a todas as categorias e até um espaço interativo, onde árbitros, mas também atletas ou estudantes possam simular decisões, mergulhando no ambiente virtual que os coloque momentaneamente no papel de decisor.
O projeto foi lançado no âmbito de mais um “Encontro Nacional do Jovem Árbitro”, evento que a associação promove há muitos anos.
Deve vez a ação contou com cerca de 120 jovens oriundos de todo o país. Meninas e meninos entre os 14 e os 18 anos, que tiveram a coragem de abraçar esta carreira. Mérito para eles mas também para os seus pais, que os incentivaram a agarrar este desafio em tão tenra idade.
Todos tiveram oportunidade de partilhar experiências, conhecer outras realidades e aprender um pouco mais sobre a função que escolheram desempenhar. O evento teve ainda várias palestras, conversas soltas, treinos físicos, momentos de avaliação e, claro, atividades recreativas e de lazer. Por lá passaram figuras de relevo da nossa arbitragem, como Artur Soares Dias, Luís Godinho, Olegário Benquerença, Nuno Almeida, Vanessa Gomes e Eduardo Coelho.
A APAF continua a fazer o seu caminho meritório, procurando dar aos árbitros, sobretudo aos mais novos, todo o apoio e acompanhamento que necessitam. Fá-lo até complementando (bem) a missão sempre difícil que compete às estruturas oficiais.
Continuamos a ter menos árbitros do que precisamos em Portugal, tendo em conta o número de competições regulares que existem a nível distrital e nacional.
O investimento no número de atletas federados deve pressupor investimento proporcional na aquisição e retenção de novos árbitros. E esse, quando existe, não pode ser esporádico, pontual ou a reboque de qualquer campanha internacional. É preciso haver planeamento e estratégias bem definidas, a médio/longo prazo, que se mantenham até que o objetivo seja concretizado.
Ter o número de árbitros ideal significará impedir que muitos deles dirijam cinco, seis e sete jogos por fim de semana, com todas as consequências físicas e de decréscimo de qualidade que isso significa. Significa também ter mais quantidade para poder escolher qualidade.
Basta priorizar.
A verdade é que, com base frágil, não há topo que resista.