Rui Borges analisou, em conferência de imprensa, novo triunfo do Sporting nas meias finais da Taça de Portugal, ante o Rio Ave (2-1), que carimbou o acesso à final da prova rainha, no Jamor.

- Que análise faz à exibição do Sporting e qual é a sensação de chegar ao Jamor pela primeira vez na carreira?
- Acima de tudo feliz pelo grupo e pela capacidade que eles tiveram de ser sérios logo numa fase inicial do jogo. Era isso que pretendíamos, tentar fazer o golo na fase inicial para não deixar o adversário ganhar confiança e acreditar que podia adiar a eliminatória. Foi importante para o grupo. Nos primeiros 30/35 minutos fomos muito fortes a pressionar, não deixámos o Rio Ave pensar muito. Nos últimos 10/15 minutos o Rio Ave equilibrou na posse, mas sem criar grande perigo. Na segunda parte tentámos entrar forte e conseguimos, chegámos ao 2-0, e depois, sim, gerimos alguns jogadores e o grupo acabou entrar em modo gestão e deixámos o Rio Ave acreditar quando fez o golo. Antes disso teve o lance da bola na trave, mas tirando estes lances não levaram perigo à nossa baliza.

- Pedro Gonçalves jogou meia parte e o Biel entrou na segunda metade. É importante ter estes jogadores nesta fase da época?

-É importante dar ao Pote esse tempo de jogo, dar-lhe esse conforto para se sentir mais tranquilo, já que vínhamos de 2-0 no primeiro jogo. Ele está a precisar não só de minutos como de confiança, por tudo o que ele é, por aquilo que os colegas sentem que ainda pode dar à equipa nesta reta final. Ela sabe que acreditámos muito nisso, foi importante dar-lhe esse tempo. Estou feliz por isso. Num ou noutro pormenor ainda lhe falta confiança, no final estava também mais cansado, mas percebe-se a inteligência dele, nas zonas interiores, é um jogador diferenciado e que nos vai ajudar muito. Em relação ao Biel e à malta que entrou, ele tem treinado bem e crescido muito, não tem tido grandes oportunidades, é certo, mas teve agora e entrou muito bem. É um jogador que tem uma tomada de decisão muito refinada. Agora, é um jogador que joga numa posição onde temos vários futebolistas importantes e que estão numa fase boa. Geny, Quenda, Trincão, Pote, agora, é uma decisão do treinador. É um miúdo incrível. Ele tenta fazer o que a gente lhe pede, por vezes fico triste de não lhe poder dar mais minutos, por opção, apenas e só, porque ele merece, como todos os outros, mas tem dado resposta muito boa.

- Porque é que colocou Ricardo Esgaio no meio-campo em vez de Felicíssimo, que estava no banco?

- Fiz porque ele merece. Ele trabalha imenso, não o fiz porque gosto mais do Esgaio do que do Edu, fi-lo porque treina e merece por tudo o que é capaz de produzir em treino e pela resposta que dá, também por tudo o que ele é para o grupo, é dos jogadores mais competitivos que temos e por isso merece o tempo. Entrou mais tempo porque o Zeno [Debast] estava cansado, opção normal porque merece.

- Nesta fase da época era importante dar descanso a Quenda?

- Foi opção. É importante que todos descansem quando assim é possível. Quenda descansou. Não olho para a idade dele, é um miúdo que tem dado muito, que vai continuar a dar muito.

-Com esta vitória o Sporting fica mais forte ou tranquilo para o que resta do campeonato?

-O Sporting queria dar uma resposta e o grupo queria ganhar. É normal dizer isso, sou treinador do Sporting, líder do grupo, mas é mesmo um grupo incrível. Se não fosse incrível, não estávamos na disputa das decisões finais. Fomos à final da Taça da Liga e estamos na final da Taça de Portugal, estamos em primeiro lugar no campeonato, mas por tudo o que o grupo passou, lesões, castigos, tem, sido um grupo incrível, a dar as mãos. Só um grande grupo podia estar inserido nas decisões finais.

- Harder merece mais minutos?
- É um miúdo com potencial enorme, mas só tem o melhor jogador do campeonato e se calhar o mais pretendido na posição dele. Tem aproveitado os minutos. Dá a resposta no tempo que lhe damos, em 5', 30' e em 90' já respondeu