Luís Castro marcou hoje presença na conferência de imprensa de apresentação da IberCup Cascais, que se irá realizar entre 16 e 20 de abril naquele concelho e contará com a presença de várias equipas de renome como Real Madrid, Barcelona, Milan, PSG, Juventus, Benfica, Sporting, FC Porto, entre outras. O treinador de 63 anos, que foi revelado como embaixador do torneio de futebol jovem, comentou vários assuntos que têm marcado a atualidade do futebol português, nomeadamente a polémica à volta da Federação Portuguesa de Futebol. E deixou críticas ao que se tem passado, deixando um apelo à união.

"Dias horríveis, não é? [risos]. Acho que quando não há problemas, nós temos a capacidade de os criar de uma forma surpreendente. É uma grande surpresa o que vejo. Há uma coisa que está associada à liderança, que é a capacidade de unir e um grande líder é sempre aquele que mais capacidade tem de unir. Espero que o futebol português se una porque tem grandes treinadores e jogadores espalhados pelo Mundo, em Portugal, tem grandes academias, somos um país com 10 milhões que conseguiu ser campeão europeu, fala-se da possibilidade de ser campeão mundial. acho que deviam passar da teoria à prática", afirmou, à margem do evento, aos jornalistas.

E prosseguiu: "É pensarmos o futebol e o que queremos do futebol. Não faz sentido algum dividir para progredir, só unir para progredir, é algo que tem de ser um propósito de todos. Todos os que têm cargos de destaque no futebol português têm de ter como propósito desenvolvê-lo e dar o melhor de si, não é pensar só no 'nós' e não querer saber dos outros. Parece que só gostamos de estar metidos nas coisas quando nos beneficiam. O respeito pelos outros é decisivo para fazer evoluir a sociedade, os líderes devem dar bons exemplos e espero que deem. Se acharmos que não vamos a tempo, é melhor desistirmos todos de andar a apregoar o que quer que seja."

O ex-técnico do Al Nassr, que já orientou o FC Porto desde a formação à equipa principal, abordou ainda o clássico de domingo entre os dragões e o Benfica, que poderá ser importante para as contas do título nacional. Questionado se este seria o jogo da época para os azuis e brancos, tal como afirmou o presidente André Villas-Boas, 'chutou' para canto. "Não faço ideia, o Anselmi é que tem de dizer... Sou um adepto atento a todos os jogos e o que posso dizer é que um clássico é normalmente jogado de uma forma muito dedicada e o resultado é sempre imprevisível", considerou.

Livre desde que deixou o clube da Arábia Saudita, explica que a ideia será regressar ao ativo apenas na próxima temporada, mas admite que treinar no nosso país é uma "hipótese", embora difícil. "Planeei e disse publicamente que queria estar parado até junho ou julho, a não ser que houvesse algo que me atirasse muito para fora do meu objetivo. E é isso que continuo a pretender. Voltar a Portugal? É difícil, mas é sempre uma hipótese. Porque nós treinadores e profissionais somos cidadãos do Mundo, de um Mundo global. Portugal faz parte do Mundo e temos de estar preparados", sublinhou.

Voltar a Portugal? É difícil, mas é sempre uma hipótese. Somos cidadãos do Mundo, Portugal faz parte do Mundo e temos de estar preparados
Luís Castro

Treinador de futebol

Voltar a treinar Ronaldo? Só no padel.

Luís Castro admitiu também que gostaria de treinar uma seleção - não no imediato - e questionado sobre a portuguesa... não se alongou. "Há muitos treinadores que a podem servir com grande qualidade e competência. É uma questão de escolha depois de acabar o contrato do nosso selecionador Roberto Martínez. Será uma decisão de quem dirigir o futebol português e terá sempre um mundo de escolha e a Seleção estará sempre bem servida", afirmou, atirando, com bom humor: "O Cristiano é um grande profissional. Treiná-lo? Quando ele terminar a carreira, se for professor de padel. [risos]."

De resto, sobre a possibilidade de Jorge Jesus assumir o comando da seleção brasileira, algo que tem vindo a ser noticiado cada vez mais nas últimas semanas pela imprensa canarinha, rematou: "Não posso estar a responder pelos colegas, mas o Jorge já deu mais do que provas que está preparado para tudo. Andamos a correr Mundo, passamos por tantas dificuldades, por tantos países, fazemos tantos jogos, estamos todos preparados e o Jorge está preparado."