Uma comitiva dos órgãos sociais do Benfica liderada pelo presidente, Rui Costa, efetuou nesta quarta-feira a primeira visita técnica às obras de remodelação da antiga sede do clube, na Rua Jardim do Regedor, no 1904 Benfica Hotel. Forrado com andaimes e com imensos operários e máquinas em movimento, o histórico edifício está a recuperar o glamour de outrora e a invocar a memória afetiva dos benfiquistas mais antigos, que ali conviviam, pagavam as quotas e inscreviam novos sócios em plena zona nobre da cidade de Lisboa.

A parceria entre a Fundação Benfica, a quem o clube doou o prédio histórico, e a FLH Hotels tendo em vista a revitalização do mesmo foi assinada há 7 meses, com as obras a avançar em bom ritmo. Dotados do necessário equipamento de segurança, os elementos da comitiva fizeram uma visita guiada pelas instalações cuja inauguração está prevista para setembro/outubro de 2025.

O 1.º andar albergará um restaurante e uma sala multiusos destinada, em primeira instância, ao lazer dos hóspedes, mas que também poderá ser adaptada para receber conferências e eventos do clube. O ex-líbris deste piso será, contudo, o bar em conceito de pub inglês do início do século XX, um espaço onde se vai respirar Benfica, com fotografias de antigos atletas e um enorme símbolo do clube no teto.

Os restantes pisos estão destinados à grande maioria dos 56 quartos. Ao lado da porta de cada um deles, estará um nicho que será decorado com peças específicas do passado e do presente do Benfica. Os dois últimos andares, que serão construídos de raiz, vão providenciar aos hóspedes uma vista privilegiada para o Castelo de São Jorge e para a Rua das Portas de Santo Antão. Aos poucos, a ideia vai sendo esculpida entre madeira e betão, as fotografias dos projetos afixadas nas paredes vão ganhando vida e, como referiu Rui Costa num curto discurso, não haverá dúvidas sobre a continuação da fortíssima presença do Benfica a quem por ali passe no futuro.

No final da visita, Carlos Moia, presidente executivo da Fundação Benfica, destacou o andamento de um projeto estudado durante muito tempo e que visa a preservação da história do clube. "O edifício estava em declínio e era perigoso. Encontrámos esta fórmula, que demorou anos a ser estudada. Uma fórmula difícil pela área onde está localizada. Não foi fácil começar a concretizar a obra, mas está num andamento rápido. O edifício está profundamente ligado ao Benfica, e a velha história do Benfica que aqui está continuará com o passar dos anos. Será um ícone transformado para a realidade de tudo o que o Benfica representa", afirmou Carlos Moia, em declarações aos meios dos encarnados, reforçando que o edifício vai providenciar uma "ajuda preciosa" para a Fundação garantir o cumprimento da sua missão, em Portugal e no mundo.

Anfitrião da visita guiada, António Quintão, sócio da FLH Hotels, falou da importância de construir um hotel digno da história do Benfica. "Isto é um edifício que há muitos anos pertence ao Benfica. Muitos dos nossos antepassados vinham aqui pagar quotas e tudo mais, mas nós queremos trazer uma dinâmica diferente. Esta será uma marca do Benfica na baixa da cidade, e isso é muito importante hoje em dia. Não só pelo turismo, mas também pelos portugueses que passam aqui. Essas pessoas têm de saber o que é o Benfica, que não é só futebol, modalidades, mas também é história e cultura. O hotel vai trazer essas memórias do que era o passado e perspetivar o que será o futuro", referiu.