Enquanto uns aproveitaram a pausa das seleções para folgar do calendário competitivo, outros aproveitaram para remodelar a casa e voltar ao trabalho. E foi isso que aconteceu para os lados de Leiria, onde foi anunciado o regresso de Silas à União de Leiria, desta vez para treinador, após a saída de Filipe Cândido do comando técnico dos unionistas. Com poucos dias de trabalho até ao seu primeiro jogo, Silas tinha uma tarefa difícil e logo frente ao Vitória SC em Guimarães, para a 4.ª eliminatória da Taça de Portugal.

Ao contrário daquilo que o seu antecessor fazia e que o próprio começou a fazer antes de sair do Marítimo, o agora timoneiro dos leirienses começou por mudar a estrutura tática da equipa, passando de um trio defensivo para uma defesa a quatro.

O jogo foi desenrolando e apesar da escassez de oportunidades de ambas as equipas, eram os conquistadores que estavam mais por cima. Porém, a Equipa do Lis ia resistindo à pressão adversária, tendo muita cautela nas transições defensivas e no momento de condução de bola, procurando em certas ocasiões a oportunidade de furar o eixo vimaranense, contando com Juan Muñoz para aparecer na profundidade, mas sempre sem sucesso.

D’avilla, o médio mais recuado da equipa, foi uma das principais peças nos momentos defensivos, dando sempre bom uso ao seu físico, acabando mesmo por ganhar a maioria dos duelos e por estar presente em grande parte do campo. O intervalo vinha a aproximar-se, mas a muralha construída pelos comandados de Silas viria a desmoronar-se, após um cruzamento de Bruno Gaspar para o segundo poste que encontrou Óscar Rivas, realizando assim o golo inaugural da partida.

De regresso dos balneários, o Vitória estabeleceu-se sobre a partida, empurrando ainda mais o forasteiros para perto da sua baliza e criando-lhes várias dores de cabeça pelas alas mais concretamente, Kaio César. O extremo brasileiro fez a vida a negra a Marc Baró, mas a ineficácia prevalecia por parte da equipa da casa.

Os de Leiria pouco ou nada reagiam, mantendo a toada do primeiro tempo: prudentes com o esférico e sempre que possível, lançar na profundidade. Chrystopher destacou-se nesse aspeto da partida, sendo um dos responsáveis por explorar o setor ofensivo da sua equipa.

E a grande oportunidade acabou por aparecer, só que não. Aos 78 minutos de partida, o central minhoto Borevkovic cortou a bola dentro de área e o juiz da partida, Miguel Fonseca, apitou para grande penalidade da UD Leiria, mas passado cerca de cinco minutos, o árbitro anulou a sua decisão, isto sem a presença do VAR.

O jogo prosseguiu, depois do D. Afonso Henriques entrar em ebulição, e a equipa da cidade berço acabou por dilatar a vantagem: Alberto Baio perfurou a área leiriense e no meio da confusão, Nuno Santos picou a bola para Kaio César, que terminou com as esperanças do adversário.

Os vimaranenses foram os justos vencedores, mas esta União de Leiria conseguiu impor-se frente a uma equipa de primeiro escalão. O primeiro passo de Silas está dado: reestruturou a formação do onze inicial e parece ter encontrado algumas das principais peças da equipa.

No fundo, foi um bom teste para os próximos jogos, porém alguns dos melhores momentos da equipa dependeram das individualidades, havendo ainda muito trabalho pela frente, isto se querem afasta-se da zona de despromoção da Segunda Liga Portuguesa.



BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA




BnR: O mister chegou à UD Leiria a meio desta semana e apesar de se estrear a perder, pergunto-lhe o que tira de positivo deste jogo e como foram estes últimos dias após o regresso a casa.


Silas: É uma semana especial. A UD Leiria era daqueles clubes que eu achava que um dia ia voltar e acabou por acontecer, portanto, estou muito contente com isso. Durante a semana tentámos trabalhar algumas coisas que achávamos importante, mas sentimos que ainda nos falta trabalhar muita coisa. De uma forma geral, estou contente com a resposta dos jogadores e por conseguir discutir a eliminatória com o Vitória. Sofremos o golo no final, mas até lá o resultado estava aberto.

BnR: Hoje o Óscar Rivas fez o terceiro jogo consecutivo a titular, voltando a completar os 90 minutos e até marcando um dos golos. Pergunto-lhe como avalia este conjunto de três jogos do Óscar e como é que ele se tem sentido.

Rui Borges: O Óscar tem cumprido, esperou pela oportunidade dele. Estou feliz porque ele se preparou, adaptou, esperou pelo momento dele e agarrou a oportunidade, é assim que os jogadores têm sucesso. Ele claramente tem correspondido da melhor forma, fez outra vez um belíssimo jogo, muito concentrado, é rápido e faz boas leituras do jogo. No fundo, fico feliz com o que ele nos tem dado.