Por volta das 10:53 (01:53 em Lisboa), em menos de duas horas de negociação, as ações da Honda estavam a ganhar 15,5%, enquanto as ações da Nissan tinham recuperado para subir 0,02%, numa altura em que a bolsa de Tóquio estava em terreno misto.
A Honda e a Nissan anunciaram na segunda-feira planos para unir forças até junho de 2025, formar o terceiro maior fabricante automóvel do mundo em vendas e enfrentar a transição dos combustíveis fósseis para as energias renováveis.
As duas empresas assinaram um memorando de entendimento com o qual a Mitsubishi, o membro mais pequeno da aliança Nissan, também concordou participar nas negociações sobre a integração dos seus negócios.
"Prevemos que, se esta integração se concretizar, seremos capazes de oferecer um valor ainda maior a uma base de clientes mais ampla", disse o presidente executivo da Nissan, Makoto Uchida, em comunicado.
Os fabricantes automóveis japoneses estão a ser preteridos em relação aos rivais de veículos elétricos da China e dos Estados Unidos, pelo que querem tentar cortar custos e recuperar o tempo perdido.
Notícias de uma possível fusão surgiram no início do mês, com informações não confirmadas de que as negociações foram parcialmente impulsionadas pelas aspirações da Foxconn, fabricante taiwanesa do iPhone, de se unir à Nissan, que tem uma aliança com a a Mitsubishi e a francesa Renault.
Uma fusão poderia resultar num gigante avaliado em mais de 50 mil milhões de dólares (480 mil milhões de euros), com base na capitalização bolsista dos três fabricantes de automóveis.
Juntas, passariam a constituir concorrência à altura da Toyota Motor Corp, que tem parcerias tecnológicas com a japonesa Mazda e Subaru, e com a alemã Volkswagen AG.
Mesmo após uma fusão, a Toyota, que lançou 11,5 milhões de veículos em 2023, continuaria a ser o principal fabricante automóvel japonês. Se se unirem, as três empresas mais pequenas produzirão cerca de oito milhões de veículos.
Em 2023, a Honda faturou quatro milhões de carros e a Nissan produziu 3,4 milhões. A Mitsubishi Motors fabricou cerca de um milhão.
A Nissan, a Honda e a Mitsubishi anunciaram em agosto que iriam partilhar componentes para veículos elétricos, como baterias, e pesquisar em conjunto 'software' para condução autónoma para se adaptarem melhor às mudanças centradas na eletrificação, na sequência de um acordo preliminar entre a Nissan e a Honda estabelecido em março.
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