
O pedido de criação da Universidade de Leiria e Oeste, a partir da transformação do Instituto Politécnico de Leiria, foi formalizado junto do Governo, anunciou hoje a instituição.
A proposta enviada ao Ministério da Educação, Ciência e Inovação visa “criar uma universidade pública de excelência, que se projeta a partir do território que ocupa para todo o país e alinhada com as prioridades da Europa”, afirmou o presidente do Politécnico de Leiria, Carlos Rabadão, citado em comunicado.
A transformação constitui “uma evolução disruptiva no domínio institucional, com fortes impactos positivos no desenvolvimento socioeconómico e na competitividade do território e do país”, antecipou.
O pedido de transformação do Politécnico de Leiria em Universidade de Leiria e Oeste “não apenas cumpre a lei, como responde a uma necessidade estratégica nacional”, fundamentando-se num percurso de “mais de quatro décadas dedicadas à excelência académica, à investigação aplicada e ao impacto socioeconómico”.
A instituição “supera os requisitos legais para se constituir como universidade, posicionando-se como uma instituição de ensino superior plenamente capacitada para assumir este estatuto”, apontou Carlos Rabadão.
Os indicadores definidos no Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior para a criação de universidades, relativos à oferta formativa, corpo docente, infraestruturas, atividades de ensino e investigação e participação em unidades de I&D, são cumpridos e até superados “em múltiplos indicadores”.
“O Politécnico de Leiria já opera no domínio universitário”, o que legitima “a aspiração em transformação em universidade”, possibilitando “novas oportunidades para se alargar a oferta formativa de programas doutorais”.
A proposta prevê, internamente, “expandir e diversificar a oferta formativa, alinhada com os desafios globais e as prioridades europeias, fortalecer a comunidade interna e reforçar o contributo para avanços na ciência e na tecnologia através da investigação, da inovação e transferência de conhecimento”.
Externamente, pretende-se “aumentar a competitividade e acrescentar valor ao país, alicerçada pelo peso económico e populacional do território de Leiria e Oeste, e pelos impactos gerados no desenvolvimento socioeconómico através da atração e retenção de talento”.
A designação Universidade de Leiria e Oeste reflete a abrangência geográfica da instituição, que se encontra implantada em sete localizações, desde Pombal até Torres Vedras.
O Politécnico de Leiria tem atualmente cinco escolas superiores (três em Leiria, uma nas Caldas da Rainha e outra em Peniche), além de núcleos de formação e unidades de investigação, envolvendo mais de 14.000 alunos matriculados, dos quais 1.487 estudantes de nacionalidade não portuguesa.
Em 2024, estavam em execução 66 projetos de I&D, “dos quais 21 internacionais” e, na área da transferência de conhecimento, destaca-se a concessão de 26 patentes entre 2022 e 2024 e “a forte ligação com as empresas regionais”.
No total, está presente em oito cidades da região de Leiria e do Oeste, com mais de 130 laboratórios especializados, quatro bibliotecas que disponibilizam o acesso a mais de 200 mil documentos e residências com capacidade para cerca de 1.300 estudantes e infraestruturas sustentáveis.
A oferta do Politécnico contempla 46 licenciaturas, 58 mestrados e quatro programas doutorais, atribuindo ainda os graus de licenciado, mestre e doutor no subsistema universitário, incluindo doutoramentos orientados em parceria com universidades estrangeiras.
Até ao final de 2024, o corpo docente era constituído por 531 docentes com o grau de doutor e 30 investigadores, “correspondendo a um doutor por 23,9 estudantes, e 85,7% de docentes e investigadores com grau de doutor em tempo integral, ultrapassando a exigência legal e garantindo massa crítica para a realização de investigação avançada”.
Lusa