As más noticias no mundo do luxo continuam a surgir. Depois de o Grupo LVHM ter apresentado resultados trimestrais decepcionantes, com uma quebra de 3% das receitas, o que fez com o gigante do luxo francês cair em bolsa, é a vez do Grupo Kering, dono da Gucci e de várias outras marcas de luxo, seguir no mesmo caminho.

Quando na passada semana o grupo dono da Louis Vuitton apresentou os seus resultados, o seu valor em bolsa caiu a pique, passando para os 245 mil milhões de euros. Esta quebra fez mossa na fortuna de Bernard Arnault, que já foi o homem mais rico do mundo, até ser ultrapassado por Elon Musk, tendo perdido quase 9 mil milhões de dólares (cerca de 8 mil milhões de euros) apenas num dia. O empresário caiu para a sexta posição do ranking Forbes, com uma avaliação de cerca de 145 mil milhões de dólares (cerca 127 mil milhões de euros).

As receitas da atividade do Grupo Kering caíram para os 3,9 mil milhões de euros, o que representou uma quebra de 14% face ao trimestre anterior. A empresa fechou, em termos líquidos, 25 lojas no primeiro trimestre, tendo agora um total de 1.788 unidades no mundo.

O mesmo está agora a suceder ao empresário fundador do Grupo Kering, concorrente do LVMH, o também francês François Pinault. O maior acionista da Gucci viu a sua fortuna cair em cerca de 147 milhões de dólares (cerca de 130 milhões de euros) ontem, após a apresentação dos resultados trimestrais do grupo. As receitas da atividade caíram para os 3,9 mil milhões de euros, o que representou uma quebra de 14% face ao trimestre anterior. As vendas da rede de retalho caíram ainda mais, alcançando uma quebra de 16%, com a região da Ásia Pacifico a obter o pior desempenho, pois registou quebras na ordem dos 25%. O grupo fechou, em termos líquidos, 25 lojas no primeiro trimestre, tendo agora um total de 1.788 unidades no mundo.

Também as vendas por grosso das várias Casas do grupo caíram 23%, ainda que duas áreas, a Kering Eyewaer e a Kering Beauté tenham crescido 2% e a área de franchising e outras receitas tenham crescido 11%. François-Henri Pinault, filho do empresário fundador da Kering e atual CEO do grupo, disse que comunicado que “Como tínhamos previsto, o Grupo Kering enfrentou um início de ano difícil. Neste ambiente, estamos totalmente concentrados na execução dos nossos planos de ação para atingir os nossos objetivos estratégicos e financeiros e reforçar o posicionamento das nossas Casas em todos os nossos mercados. Estamos a direcionar a nossa atenção para enfrentar os ventos macroeconómicos contrários que o nosso sector enfrenta e estou convencido de que sairemos mais fortes da situação atual.”

Fortuna de François Pinault está agora nos 17,5 mil milhões de dólares

A fortuna do francês, concorrente de Bernard Arnault, está agora abaixo do valor que detinha em 2020, segundo o ranking atualizado ao dia da Forbes Internacional. Se em 2020, a lista anual lhe atribuía um valor de 27 mil milhões de dólares (cerca de 23,7 mil milhões de euros), em 2021 este valor subiu para 42,3 mil milhões de dólares (37,1 mil milhões de euros), o valor mais alto dos últimos cinco anos. Em 2022 e 2023 a sua fortuna manteve-se estável, na casa dos 40 mil milhões de dólares (cerca de 35 mil milhões de euros).

Na lista de 2024, a Forbes coloca o empresário nos 31,6 mil milhões de dólares (cerca de 27,8 mil milhões de euros) e nesta última, relativa a março de 2025, a sua avaliação estava nos 21,7 mil milhões de dólares (cerca de 19 mil milhões de euros), tendo sido colocado na 93º posição. Na contabilização atualizada ao dia, o empresário vale agora 17,5 mil milhões de dólares (cerca de 15,4 mil milhões de euros) estando posicionado no lugar 118 da lista dos mais ricos do mundo.

A família é ainda dona da icónica leiloeira Christie’s e detém uma coleção e arte de cerca de 3 mil peças, entre elas quadros de Picasso, Mondrian e Koons. Com cerca de 47 mil funcionários em todo o mundo, este grupo de luxo faturou 17,2 mil milhões de euros em 2024.

Aos 88 anos, o empreendedor que reside em Paris, é ainda chairman do grupo que fundou em 1963, e que é dono, além da Casa Gucci, de marcas como a Yves Saint Laurent, a Balenciaga, e a Alexandre McQueen. O grupo começou com uma empresa de materiais de construção e, em 1999, mudou o seu core business para o setor do luxo quando o empresário comprou uma parcela maioritária do Gucci Group.

A família é ainda dona da icónica leiloeira Christie’s e detém uma coleção de arte de cerca de 3 mil peças, entre elas quadros de Picasso, Mondrian e Koons. Em 2023 o grupo ainda juntou ao seu portefólio a agência de talentos Creative Artists Agency. Com cerca de 47 mil funcionários em todo o mundo, este grupo de luxo faturou 17,2 mil milhões de euros em 2024.