
Os cortes nas taxas de juro do Banco Central Europeu trouxeram alívio aos empréstimos das famílias e empresas, mas também se manifestam na redução da remuneração dos depósitos das mesmas. Há 13 meses seguidos que a taxa de juro média dos depósitos para particulares está em queda, tendo atingido, em janeiro, 1,98% face aos 2,16% de dezembro. Esta é a primeira redução abaixo de 2% desde agosto de 2023, de acordo com os dados revelados pelo Banco de Portugal nesta quarta-feira.
As novas operações de depósitos a prazo de particulares totalizaram 13,09 mil milhões, um aumento de 1,42 mil milhões face a dezembro. Tendo em conta a nova média da taxa de juro, Portugal desce uma posição entre os parceiros do euro na remuneração dos depósitos. Portugal é agora o quinto país com a taxa média mais baixa. A média da Zona Euro está em 2,34%, menos 0,11 pontos percentuais do que em dezembro, e o pódio pertence à Estónia.
Os depósitos a prazo até um ano são os mais bem remunerados, com uma taxa de juro média de 1,99%, menos 0,19 pontos percentuais do que no mês anterior. Este tipo de depósitos representa 97% dos novos depósitos de janeiro. A remuneração média dos novos depósitos entre um a dois anos teve uma redução de 0,13 pontos percentuais para 1,63%. Por outro lado, os novos depósitos a mais de dois anos tiveram um aumento de 0,21 pontos percentuais para 1,46%.
Olhando para as empresas, estas contam com uma remuneração média em janeiro de 2,44%, superior aos particulares, mas abaixo dos 2,66% registados em dezembro. As novas operações de depósitos de empresas ascenderam a 9,18 mil milhões de euros, uma descida de 825 milhões face ao mês anterior. 99% dos depósitos são têm prazo de até um ano. A nível europeu, a média da remuneração dos depósitos das empresas fixou-se em 2,67%.