Nuno Guerreiro deixou o país de luto esta quinta-feira, 17 de abril, aos 52 anos de idade. A vida ficou marcada por uma infância feliz, em Loulé, em que tinha a certeza de que ia ser artista: Lembro-me perfeitamente, era bastante miúdo e dizia muitas vezes à minha mãe e à minha irmã que era para o palco que queria ir, adorava ver os bailarinos e os cantores, andava sempre a cantarolar por todo o palco”, disse numa entrevista ao programa ‘Júlia’, da SIC

“Por ser diferente, por ter uma alma muito artista. A minha sensibilidade era diferente da dos outros. Adorava teatro, adorava dança, fazer coreografias, ginástica”, recordou.

Aos 15 anos, mudou-se para Lisboa e entrou no Conservatório de dança: “Sempre cantei, andava sempre pelos corredores a cantar. Quem frequentou o conservatório nessa altura lembra-se de mim a cantar pelos corredores. A imitar os Madredeus, a dona Amália”, acrescentou.

“Tive sempre uma relação …”

Começou posteriormente a cantar profissionalmente. “Tive sempre uma relação de amor-ódio com a minha voz. Era uma voz diferente, um timbre muito agudo. A minha voz mudou tardiamente. Tive muita dificuldade em entender isso. Apesar de eu gostar de me ouvir cantar e de saber que havia muita gente que gostava de me ouvir cantar, tinha noção de que cantava bem porque as pessoas gostavam de me ouvir cantar”,

O momento mais difícil da vida do cantor

Em 2021, o pai morreu em plena covid-19 e não conseguir despedir-se fisicamente. Foi nessa altura que voltou ao sul do país, por medo de perder também a mãe: “Acima de qualquer outro motivo, voltei por ela. Sempre disse que um dia voltaria, mas a partida do meu pai acelerou esse processo. Percebi que não queria perder tempo, que queria estar mais presente”, falou à ‘Voz do Algarve’, em março.

A verdade é que o cantor foi cuidador do pai que tinha sido diagnosticado com esclerose múltipla, doença que acabaria por levá-lo.

“A partir do momento que me apercebi da gravidade da situação, uma vez que a minha irmã tem o trabalho dela, tem horários fixos e tem de cumprir, não tinha tanto tempo como eu… e o que é que eu pensei. Vamos todos para cima, venham todos para ao pé de mim”, explicou. E rematou, na mesma entrevista em 2021, “Tenho que me forçar a não chorar”, disse, não conseguindo evitar as lágrimas. “Foi duro”, acrescentou ainda.

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Texto: Maria Constança Castanheira; Fotos: Redes Sociais e Arquivo