Salvador Sobral foi o convidado do programa Alta Definição, da SIC, deste sábado, dia 7 de setembro. Ao longo da conversa com Daniel Oliveira, o artista falou sobre as mudanças que tem tido ao longo da sua vida desde que participou no Festival da Canção, em 2017, e sobre a doença que teve no coração.
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O músico começou por falar sobre a sua participação na Eurovisão: “A Eurovisão mudou a minha vida para sempre”, disse. “Essa época para mim é outra vida”, completou, acrescentando que está sempre preparado para voltar a cantar nos “bares e hotéis”. “Fui lá cantar que é o que eu gosto de fazer”, completou. Salvador Sobral afirmou que começou a dizer “coisas polémicas” para que as pessoas percebessem que é “uma pessoa normal e não um herói nacional”.
Doente, Salvador Sobral chegou a escrever um testamento
O artista revelou ainda o seu maior medo: “Tenho medo de morrer (…) quando foi a Eurovisão, quando a gente falou, só tinha vontade de descansar”, afirmou, acrescentando que perdeu esse medo quando saiu do hospital e, mais tarde, quando a sua filha nasceu. Salvador disse que chegou mesmo a fazer um testamento enquanto esperava pelo seu transplante de coração: “Fiz um testamento nas notas do telemóvel (…) escrevi até a quem queria deixar o piano”. “Antes do transplante estava já com febre e não conseguia baixar a febre (…) é sinal que o corpo já está em falência”.
O vencedor da Eurovisão contou ainda sobre o momento que soube que já tinha um coração para fazer o transplante: “Tinha de estar em jejum por que ia fazer uma cirurgia (…) estava entre mim e outra pessoa”. “Houve um ritual (…) fiz a barba pela primeira vez em um ano. Lembro-me desse momento muito especificamente”. “Pode cair-me um piano em cima, mas acho que nunca vou sentir a dor que senti no pós-operatório (…) lembro-me de ver a minha família ali e pedir para eles irem embora (…) não tinha nenhum controlo no meu corpo, era uma dor muito forte”, revelou. O músico teve de tomar morfina para suportar as dores que tinha no corpo: “A partir daí comecei a melhorar”. “Com esta doença percebi que a pior coisa que pode acontecer ao ser humano é ser humilhado”.
Salvador fala sobre a filha
Salvador foi pai de uma menina, Aida, no ano passado e revelou como está a ser a experiência da paternidade: “Tenho de viver intensamente todos os momentos com ela por que não sei o que vai acontecer”, disse. “Tento ser um pai que não se leva a sério, que aceita que erra”, acrescentou. “Quero mostrar-lhe toda a música do mundo (…) uma vez estávamos num restaurante, ela ouviu a música e olhou-me para a boca. Eu acho que ela pensou que eu era a música”, o artista acrescentou que mesmo durante o nascimento da filha fez questão de colocar música de fundo.
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Texto: Sofia Mendes Fotos: Redes sociais